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Primavera começa neste sábado (23/09) com o El Niño mais forte desde 2015 e tempo mais quente na Amazônia

As temperaturas devem ser mais elevadas em grande parte da Região Norte, interior da Região Nordeste e em alguns pontos da parte central do Brasil.

Começa na madrugada deste sábado (23), mais precisamente às 3h50 da madrugada, a primavera no hemisfério sul. Segundo informações do MetSul, a primavera deste ano vai se dar sob a influência do episódio do fenômeno El Niño mais forte desde 2015.

É neste horário das 3h50 que ocorre o chamado equinócio de primavera, quando o dia e a noite têm a mesma duração. É também neste horário que acontece, no hemisfério norte, o equinócio de outono.

No fim do inverno, o El Niño apresentava moderada a forte intensidade. Ao longo da primavera, conforme a estação evolui, o El Niño tende a se intensificar e pode atingir forte a muito forte intensidade até seu pico no fim do ano.

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,6ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño forte (+1,5ºC a +1,9ºC). A última vez que esta área do Pacífico esteve tão quente foi em março de 2016, no episódio do Super El Niño de 2015-2016.

Segundo o Observatório Nacional, o que marca as estações do ano é exatamente a maneira como os raios solares incidem nos hemisférios. As temperaturas devem ser mais elevadas em grande parte da Região Norte, interior da Região Nordeste e em alguns pontos da parte central do Brasil.

A previsão climática, realizada pelo CPTEC/INMET/FUNCEME para os meses de outubro a dezembro, indica condições favoráveis para o predomínio de chuva abaixo da média climatológica (média histórica) em grande parte da Região Norte devido à atuação do fenômeno El Niño.

A tendência da temperatura média do ar nos meses de primavera é de predomínio de condições mais quentes do que as condições das médias climatológicas em toda a região (figura 3b). Vale ressaltar que a falta de chuva no sul da Amazônia, aliada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tende a favorecer a incidência de queimadas e incêndios florestais.

“Além da temperatura, um dos efeitos que evidenciam as estações é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo que o Sol fica acima do horizonte”, informou o Observatório Nacional, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

As estações são mais percebidas na medida em que se afastam da linha do equador – linha imaginária que divide os dois hemisférios. Assim sendo, as características de cada estação praticamente não existem nas regiões próximas a essa linha.

“No início da primavera, os dias terão aproximadamente o mesmo comprimento das noites. No hemisfério sul, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites cada vez menores, até o maior dia do ano, que ocorre no início do verão, que neste ano será no dia 22 de dezembro”, explicou Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.

Rotação da Terra

As diferentes estações do ano decorrem da inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de órbita; e da posição do planeta em seu movimento de translação ao redor do Sol.
“À medida que a Terra orbita o Sol, seu eixo inclinado sempre aponta na mesma direção e isso faz com que diferentes partes da Terra recebam os raios diretos do Sol”, esclarece o Observatório.

Os solstícios e os equinócios não ocorrem sempre nos mesmos dias do ano. Em alguns anos, por exemplo, ele pode ser no dia 22. Em outros, a exemplo deste ano, podem acontecer no dia 23. Entre os motivos dessas diferenças está o de que o tempo decorrido entre dois equinócios é menor que o ano sideral, definido como o tempo de translação da Terra em torno do Sol.

“O nosso Calendário Gregoriano baseia-se no ano trópico e institui um ano bissexto em todos os anos divisíveis por quatro, exceto para séculos inteiros, que só são bissextos se forem múltiplos de 400. Isso faz com que o instante do início de uma estação seja próximo ao instante do início da mesma estação quatro anos antes ou quatro anos depois”, finalizou o Observatório.


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