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Vice-governador do Rio cita tragédia da seca na Amazônia e alerta para mudanças: ‘nossos dias estão contados’
A declaração foi feita na abertura da 8ª Conferência Cidades Verdes, na manhã desta terça-feira, no Centro de Convenções Firjan.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha, disse nesta terça-feira (17/10) que a tragédia ambiental na Amazônia, com a seca no Rio Negro, deve servir de alerta para o Rio de Janeiro, apesar da riqueza natural aparentemente infindável do Estado, e para todo o país.
“Nossos dias estão contados, estão caminhando para o fim. Esta é uma frase dura, difícil de ouvir e mais difícil ainda de falar. Mas, se não encararmos (as mudanças climáticas) com realidade, se não constrangermos a sociedade, se não dermos esse foco aos nossos pensamentos e ações, não vamos reverter a realidade que as mudanças climáticas estão impondo”, disse o vice-governador.
A declaração foi feita na abertura da 8ª Conferência Cidades Verdes, na manhã desta terça-feira, no Centro de Convenções Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio. O evento, produzido pelo Instituto Onda Azul em parceria com a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), reúne até esta aorta-feira mais de 40 gestores e especialistas para discutir “O futuro da água e da energia nas cidades sustentáveis”.
Pampolha citou crises de abastecimento que aconteceram no passado e as tragédias das chuvas, como as de 2022 em Petrópolis, como consequências das mudanças climáticas na geografia acidentada do Estado. “Se a gente já tem uma Mata Atlântica desafiada pela milícia, pelas construções irregulares e pela falta de compreensão, de entendimento ou de educação da população, pela ambição e pela especulação imobiliária, também temos os efeitos que as mudanças climáticas nos impõem”, afirmou.
“É hora de arregaçarmos as mangas. Precisamos dos especialistas, de muitos estudos, mas com foco na ação”, disse Pampolha, que também é secretário de Ambiente e Sustentabilidade. Ele afirmou que o Rio se prepara para sediar o encontro do G-20 no ano que vem e jogar luz sobre as iniciativas em andamento que precisam de apoio internacional.
O presidente do Instituto Onda Azul, André Esteves, homenageou o idealizador do Cidades Verdes, o pioneiro Alfredo Sirkis, que morreu em 2020. Sirkis dizia que as cidades são a natureza transformada, para o bem e para o mal. Que este evento contribua para que essa transformação seja para o bem”, disse Esteves. A abertura do evento contou também com o presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da Firjan, Mauro Viegas Filho, e com a pesquisadora da UFRJ Aspásia Camargo. Os oito painéis de apresentações e debates estão sendo transmitidos ao vivo pelas mídias sociais do Instituto Onda Azul e seus parceiros.
O Onda Azul é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na gestão de projetos socioambientais. A Conferência pretende alinhar os eixos do desenvolvimento sustentável nas metrópoles às práticas ESG, envolvendo poder público, iniciativa privada, academia, mídia, parlamento e sociedade civil. De olho no impacto das mudanças climáticas nas cidades e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 e 7, o debate tratará de objetivos, metas, desafios e oportunidades da Agenda 2030, o plano de ação assinado pelos 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de um mundo melhor.
O tema desta terça-feira, primeiro dia da conferência, é “O Futuro da Água”, com painéis sobre universalização do acesso, gestão integrada de recursos hídricos e os impactos das mudanças climáticas.
Nesta quarta-feira, segundo e último dia, os debates serão sobre “Energia e Mobilidade”, com destaque para a revolução do hidrogênio verde e as mudanças nos transportes públicos para reduzir emissões de carbono. O evento será encerrado por Ilan Cuperstein, diretor para a América Latina do C40 Cities – Grupo de Grandes Cidades para Liderança do Clima.
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