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Sindicato pede atendimento a técnica de enfermagem que sofre sequelas da Covid-19 no Amazonas
Técnica em enfermagem foi contaminada em unidade de saúde, perdeu um dos rins, teve AVC, descobriu a diabetes, e agora, luta contra trombose
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Graciete Mouzinho, informou que a técnica em enfermagem Keila Marinho Monteiro, que luta contra as sequelas de Covid-19, está internada no Hospital Doutor Platão Araújo, em Manaus, desde a semana passada, sem receber o tratamento adequado e terá de amputar os pés.
Segundo Graciete Mouzinho, familiares de Keila Monteiro denunciaram ao sindicato, “desesperados”, a gravidade do caso. Segundo ele, a técnica de enfermagem foi infectada com Covid-19 ainda na primeira onda da pandemia, em Manaus, na Unidade de Pronto-Atendimento José Rodrigues, na zona norte. Ela perdeu um dos rins, ficou quase seis meses na UTI e teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), como sequelas da doença.
“Ela foi mais uma das profissionais sequeladas pela Covid-19. Perdeu um dos rins, estava fazendo hemodiálise, teve AVC e ficou paralisada do lado esquerdo. Estava fazendo fisioterapia na cadeira de rodas. Mas na semana passada ela começou a ficar com os pés cianóticos (baixa circulação de sangue) e foi levada para o Platão Araújo. Ficou no corredor gritando de dor, os médicos informaram à família que iria amputar os pés dela em razão da trombose. Só que ao levar para o centro cirúrgico descobriram que ela era diabética tipo 2, com as plaquetas baixas e sem condições de cirurgia”, disse Graciete.
Ainda de acordo com Graciete, a técnica em enfermagem foi levada para a enfermaria e, segundo os familiares, não recebeu os cuidados necessários. Disse que visitou a profissional no último domingo (01/08) e constatou a gravidade do caso. A trombose passou dos membros inferiores para os superiores.
“Eu fiquei arrasada, ela não me reconheceu devido às alterações da creatina. Nós trabalhamos tanto, ela ainda é funcionária pública do Estado, e não dão uma assistência para ela. Eu sei que a situação dela é gravíssima, mas o mínimo que a gente quer é que ela tenha um conforto, dar um acalanto, colocar ela no local, dar medicações para diminuir a dor, para que ela possa fazer a hemodiálise. Mas a gente vê a crueldade, onde as pessoas veem a gente como nada, ainda mais quando sabem que temos uma doença gravíssima e não querem mais fazer mas nada”, desabafou a sindicalista.
‘Descaso’
Em áudio, um dos familiares disse ao Sindipriv que a técnica em enfermagem só recebe a morfina, analgésico para dor. E que, pela gravidade do caso, a trabalhadora deveria estar internada em UTI ou leito semi-intensivo. “Só estão dando remédio para dor, não estão dando um antibiótico e só está aumentando o roxo no corpo dela. Agora, já está no braço. A Keyla não está tendo acompanhamento de nenhum médico. Ontem (sábado) e hoje (domingo) também não. Ela só recebe tratamento de técnico de enfermagem”, diz o familiar.
“O clínico disse que era para botar para cima deles. Porque no SPA, um fica jogando para cima do outro. E acabou não fazendo a cirurgia e está aumentando. E que não iriam fazer a cirurgia porque ela corria o risco morrer. Mas se não tentarem ela vai morrer em cima da cama”, afirmou.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que “a informação não procede e que a direção do HPS Platão Araújo esclarece que a paciente está recebendo diariamente acompanhamento médico e de todo o corpo multiprofissional da unidade. O HPS Platão Araújo disponibiliza o setor de ouvidoria da unidade para que a família possa oficializar qualquer reclamação ou denúncia referente à paciente”.
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