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Ministério do Meio Ambiente assina acordo de adoção de parque localizado no Amazonas

Área que será adotada, denominada Dinâmica Biológica Fragmento Florestal, fica no bioma amazônico, localizada entre os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva (AM)

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a corretora Genial Investimentos assinaram hoje (2/3) um protocolo de intenções para adoção, pela empresa, de uma das 132 unidades de preservação (UP) que fazem parte do programa Adote um Parque, criado pelo MMA.

A área que será adotada, denominada Dinâmica Biológica Fragmento Florestal, fica no bioma amazônico. Localizada entre os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva (AM), a unidade de conservação tem uma área de 3,1 mil hectares. Os recursos arrecadados com a adoção – a segunda realizada no âmbito do programa – são estimados em R$ 159 mil.

“As unidades de conservação são um dos importantes pilares na região. Com isso, agora temos 130 [das 132 unidades disponíveis pela adoção pelo programa] pela frente. Espero que o exemplo que a Genial está seguindo também seja seguido por outras empresas, inclusive estrangeiras”, destacou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O programa Adote um Parque, instituído pelo decreto nº 10.623, pretende promover a conservação, a recuperação e a melhoria das unidades de conservação federais por meio da adoção das áreas por parte de pessoas e empresas nacionais ou estrangeiras. Os recursos obtidos serão utilizados para proteção do meio ambiente, como vigilância, monitoramento, implementação de planos de manejo, recuperação de áreas degradadas e prevenção a incêndios e desmatamentos na região.

Projeto

O Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) é um projeto de cooperação bilateral entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) do Ministério da Ciência e Tecnologia e o Smithsonian Institution (SI) dos Estados Unidos, e deve sua criação a um acalorado debate científico de meados da década de 70, sobre a aplicabilidade da teoria da biogeografia de ilhas para o planejamento de unidades de conservação. Este debate, conhecido internacionalmente pela sigla “SLOSS” (Single large or several small reserves of equal area) procurava avaliar a importância da manutenção de uma reserva florestal grande ou de várias pequenas de igual tamanho. Naquele tempo, entretanto, os argumentos sobre “SLOSS” eram mais sobre teoria ecológica do que sobre dados reais, já que havia poucos dados disponíveis, o que incentivou muitos ecólogos a estudar ecossistemas fragmentados ou insulados a partir da década de 70.

Concomitantemente a discussão mundial sobre SLOSS, a criação do Distrito Agropecuário da Suframa, em Manaus, permitiu que experimentos em grande escala fossem implantados pelo INPA nos 600 mil hectares destinados basicamente ao uso agrícola e pastoril. Aproveitando essa oportunidade Thomas Lovejoy, através da WWF (Fundo Mundial para a Natureza), associado ao INPA e a Suframa, planejaram a criação de 23 fragmentos florestais dentro de três grandes fazendas de gado a serem criadas pela Suframa. Assim, em 1979, nasceu o projeto “Tamanho Mínimo Crítico de Ecossistemas” coordenado por Richard Bierregaard, com uma equipe de três mateiros. Na década de noventa, o projeto foi incorporado a Coordenação de Pesquisas em Ecologia do INPA através de convênio entre o MCT-INPA e o Smithsonian Institution.

Missão

O projeto tem uma dupla missão: determinar as conseqüências ecológicas do desmatamento e da fragmentação florestas sobre a fauna e flora na Amazônia e transferir a informação gerada a diferentes setores da sociedade para favorecer a conservação e o uso racional dos recursos florestais. Para cumprir sua missão, o projeto criou um programa de pesquisa para inventariar e monitorar a biodiversidade e suas respostas aos impactos provocados pela fragmentação que podem servir de modelo, testado, avaliado e ser exportado para outras Unidades de Conservação dentro e fora do país.

Nos últimos 29 anos, os pesquisadores e estudantes do PDBFF avaliaram os impactos da fragmentação da floresta Amazônica sobre uma grande diversidade de espécies – árvores, pássaros, primatas, pequenos mamíferos, sapos, insetos e muitas outras plantas e taxa animal – bem como sobre vários processos ecológicos e ecossistêmicos. Um aspecto chave dos estudos no PDBFF é que antes do isolamento experimental dos fragmentos florestais uma grande quantidade de dados sobre várias espécies foi coletada, permitindo uma avaliação rigorosa dos efeitos da fragmentação.


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