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Ibope: 72% só querem o retorno da aula presencial com vacina da covid-19

Os professores do Amazonas pediram ao governo a suspensão das aulas por causa do aumento de casos de Covid-19 na categoria.

A maioria (72%) dos entrevistados em levantamento do Ibope só quer que as aulas presenciais sejam retomadas quanto uma vacina contra a covid-19 estiver disponível.

A pesquisa foi contratada pelo jornal O Globo, que divulgou os dados nesta 2ª feira (7.set.2020). Foram entrevistados 2.626 brasileiros com mais de 18 anos e das classes A, B e C, de 21 a 31 de agosto, por meio do painel de internautas do Ibope. A amostragem representa 70% da população. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O nível de confiança do levantamento é de 95%.

Os entrevistados tiveram que reagir à pergunta: “O retorno dos alunos à sala de aula deveria ocorrer somente quando houver uma vacina“. O levantamento mostra que:

54% concordam totalmente com a afirmação;
18% concordam parcialmente;
12% não concordam, nem discordam;
7% discordam parcialmente;
6% discordam completamente;
3% não souberam responder.

A região sul é a que mais apresenta resistência ao retorno das aulas presenciais: 77% concordam com a afirmação. Entre as capitais, Rio de Janeiro (74%) e São Paulo (71%) são as que mais concordam com a volta às aulas estar condicionada à disponibilidade da vacina.

Cerca de 110 mil alunos da rede pública estadual de Manaus (AM) retornam às aulas presenciais em 10 de agosto. A volta aconteceu cinco meses após a suspensão das atividades por conta da pandemia do novo coronavírus, e um mês após o retorno das escolas particulares.

Nesse primeiro momento voltam às escolas alunos do Ensino Médio e da modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA). No interior do estado do Amazonas, as aulas seguem pela televisão e sem previsão para o retorno presencial.

Os professores do Amazonas pediram ao governo a suspensão das aulas por causa do aumento de casos de Covid-19 na categoria.

De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), o número de profissionais da Educação no Amazonas que testaram positivo para Covid-19 chega a 30%.

No último dia 22, a Fiocruz alertou em uma nota elaborada pelo seu Observatório Covid-19 que, definitivamente, ainda não é hora de uma volta às aulas presenciais no Brasil. Utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, os pesquisadores da fundação estimaram que o retorno às escolas em nível nacional pode contaminar mais de nove milhões de brasileiros do chamado grupo de risco.

Isso porque o ambiente escolar oferece risco não apenas às crianças e adolescentes, mas também ao corpo de funcionários e aos familiares que convivem com toda a comunidade escolar. Para ter a dimensão do risco, a Fiocruz listou quantos brasileiros com doenças crônicas ou idosos moram com menores entre 3 e 17 anos (ou seja, em idade escolar) em cada estado brasileiro. São Paulo lidera a lista, com 2.085.949 pessoas que se enquadram nesse grupo, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

O Amazonas aparece na segunda metade do ranking, em 17º lugar, com 161.118 adultos em potencial risco. Mas a experiência em Manaus no início de agosto mostrou que, se a volta às aulas em um estado de menor risco já resultou em alta de contaminações, ainda estamos longe do patamar seguro para retornar às escolas em todo o país.

A contaminação de professores em Manaus
No dia 10 de agosto,106.294 mil alunos do Ensino Médio da rede estadual de ensino do Amazonas começaram uma experiência de retorno às aulas na capital. Menos de duas semanas depois, o governo resolveu testar 1.064 professores que estavam trabalhando nessas escolas e o resultado fez com que o governador Wilson Lima (PSC) desistisse do plano de retorno do Ensino Fundamental: quase um terço desses professores (342) testaram positivo para o novo coronavírus.


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