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Governo Lula classifica seca e incêndios como crise e escala ministros para respostas emergenciais

Presidente levará ministros para o Amazonas; há preocupação com navegação de rios, falta de alimento, água e intoxicação por fumaça

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A seca, a onda de calor e os incêndios florestais que atingem várias regiões do Brasil levaram o governo federal a tratar a situação como crise. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou ministros de todas as áreas para oferecer respostas emergenciais para os eventos, que queimam florestas, plantações, causam danos à saúde e provocam falta de distribuição de comida e água, podendo pressionar os preços, decretaram emergência devido à estiagem. O presidente vai iniciar a agenda em Tefé, a 523 quilômetros de Manaus, visitando áreas atingidas pela seca às 10h40, e vai se reunir com prefeitos do Amazonas na capital do Estado, às 15h30, onde anuncia medidas de combate à seca.

O governo ainda não detalhou quais ações serão implementadas. Ministros discutem a realização de uma força-tarefa para combater o fogo, socorrer pessoas com problemas respiratórios e fornecer recursos emergenciais para os governos locais. O governo enviou uma missão humanitária da Força Nacional de
Segurança Pública para combater incêndios florestais na faixa de fronteira com a Bolívia.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que acompanhará Lula na viagem, esteve no Pará, Amazonas e Rondônia nas últimas semanas e pediu que governadores e prefeitos agilizassem a elaboração de decretos emergenciais. Uma das maiores preocupações é com o fornecimento de água, alimentos e com a intoxicação de crianças e idosos em comunidades carentes e aldeias indígenas, muitas delas em locais isolados.

O ministro relatou que conversou com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no dia 7 e que será feita uma força-tarefa na regiões atingidas. “É uma coisa nova. Está todo mundo chocado com essa situação”, disse Wellington Dias ao Estadão. “A maior preocupação é com a segurança alimentar, como a gente acompanha para que não tenha alterações dos preços de alimentos.”

A crise levou o preço dos alimentos a aumentar em algumas regiões, o que acendeu um alerta na pasta, responsável pela assistência social. Em regiões isoladas, a seca tem feito com que os rios que servem para a navegação fique sem água, dificultando o atendimento. “Em Rondônia, daqui a 30 dias não tem mais como
levar assistência pelos rios porque em toda essa região vai voltar a chover em outubro e novembro. Então, daqui a até lá, tem uma desafiadora caminhada”, relatou Dias.
Brasil enfrenta a maior seca das últimas sete décadas, com 58% do território nacional afetado.

Desde o início do ano, 1.080 municípios brasileiros decretaram
situação de emergência por conta da estiagem e da seca, de acordo com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Além disso, 112 cidades estão com emergência reconhecida pelo governo federal em função de incêndios florestais. de situação de emergência ou estado de calamidade pública e,
num segundo momento, em caso de apresentação e aprovação de planos de trabalho, realiza a liberação de recursos para os municípios afetados.

O Brasil enfrenta a maior seca das últimas sete décadas, segundo dados Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Em 2024, 58% do território nacional é afetado pela seca. Em cerca de um terço do País, o cenário é de seca severa. É a primeira vez que a estiagem afeta de forma intensa uma região tão ampla, da Amazônia até o Sul do Brasil, potencializando incêndios e levandoà baixa recorde dos rios. A situação ainda tende a se agravar até novembro, conforme as previsões meteorológicas. Em abril, o governo federal declarou estado de emergência
ambiental, apontando risco de incêndios florestais até abril de 2025 em diversas regiões do País. “Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
durante audiência no Senado. Ela defendeu uma legislação permanente sobre emergência climática.

 

Além da seca e de incêndios na Amazônia e no Pantanal, há uma preocupação com uma nova fase de estiagem no Rio Grande do Sul, que foi passou recentemente por uma emergência climática devido às chuvas. A fumaça de queimadas se espalha pelo Brasil pode atingir outros países como o Uruguai e também a Argentina, misturando-se com as queimadas que já estão acontecendo por lá.

Seca impede embarcações de levar pessoas, comida e água para terras indígenas

No Rio Alto Solimões, no Amazonas, a seca tem impedido o transporte de pessoas, de alimento e de água para aldeias indígenas do Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil e a que concentra o maior número de indígenas isoladas. No mês passado, um indígena da etnia Matis, de 29 anos, morreu após
ser alvejado por um tiro durante uma caça na mata. O rio seco impediu que o barco o levasse para o socorro médico. “Nossos rios e igarapés são estreitos, quando seca eles secam muito e ficam muito raso. Isso dificulta a entrada e a navegação das embarcações”, afirma o coordenador da União dos Povos
Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bushe Matis. “Estamos enfrentando a maior seca da Amazônia aqui na Terra Indígena Vale do Javari.”

 

Leia reportagem completa no Estadão

 

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