Brasil
Desmatamento é reduzido em 41% em agosto nas áreas protegidas da Amazônia, aponta Imazon
Imazon também mostra que, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, houve uma redução de 20% em comparação ao ano anterior. Destruição na região é a menor desde 2017, mas a devastação cresce no Acre.

Em agosto de 2025, a Amazônia Legal perdeu 388 km² de floresta, o que representa uma queda de 41% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse resultado marca o início do calendário de desmatamento de 2026, que se estende até julho do próximo ano.
Apesar da redução registrada em agosto de 2025, o desmatamento ainda equivale à perda de mais de 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia. Mesmo assim, o resultado chama atenção por ser o menor registrado para o período desde 2017, ou seja, em oito anos.
“Isso mostra que houve uma redução significativa em relação ao padrão recente, mas a perda cumulativa da floresta continua, o que exige ações de fiscalização recorrentes para evitar as derrubadas. Assim, o Brasil pode avançar na meta de desmatamento zero até 2030”, aponta o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.
O Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) do Imazon também mostra que, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, houve uma redução de 20% em comparação ao ano anterior. Ainda assim, a Amazônia perdeu 2.014 km² de mata nos oito primeiros meses de 2025, quase três vezes a cidade de Salvador, capital da Bahia. Os maiores valores para esse intervalo seguem sendo os de 2021 e 2022, quando a devastação atingiu recordes na série histórica.
“A queda do desmatamento deve ser celebrada, mas não podemos esquecer que a perda da floresta ainda persiste. O desafio agora é transformar essa diminuição em uma tendência permanente, e não em uma oscilação momentânea”, avalia a pesquisadora do Imazon Manoela Athaíde.
Acre lidera desmatamento em agosto e concentra metade das UCs mais afetadas
Acre (26%), Amazonas (26%) e Pará (23%) corresponderam por 75% de toda a área desmatada na Amazônia em agosto de 2025. Apesar do aparente equilíbrio na distribuição entre os três, o Acre se destacou negativamente, além de ser o que mais perdeu cobertura vegetal no mês, teve quatro municípios entre os dez mais desmatados. O Amazonas, segundo colocado, concentrou outros três.
O cenário do Acre se agrava quando é observada a destruição em unidades de conservação. Das dez UC’s mais impactadas, cinco estão no estado, incluindo a Reserva Extrativista Chico Mendes, que liderou o ranking. Somente no local foi destruído o correspondente a 500 campos de futebol.
“Em agosto do ano passado, o Acre já havia ocupado a terceira posição entre os que mais perderam floresta. Isso não significa necessariamente um novo padrão consolidado, mas mostra que a pressão sobre o território é real. O monitoramento dos próximos meses é essencial para orientar ações de fiscalização e políticas de prevenção que contenham o avanço do desmatamento”, explica Raissa.
Degradação tem redução de 81% em agosto
A degradação florestal, provocada por queimadas e extração madeireira, também apresentou uma queda significativa no mês, passando de 2.870 km² em agosto de 2024 para 559 km² em agosto de 2025. Apesar da diminuição de 81%, a área afetada ainda é a sétima maior da série histórica e equivale à perda de 1,8 mil campos de futebol de vegetação por dia no período.
“A baixa na degradação registrada no primeiro mês do calendário de desmatamento de 2026 é uma boa notícia. Historicamente, agosto é um mês de transição, quando as queimadas se tornam mais frequentes e intensas devido à seca, que torna a vegetação mais vulnerável à prática de fogo e a atividades de extração madeireira. No entanto, é necessário agir estrategicamente e manter a vigilância nos próximos meses garantindo que o calendário termine com números positivos, diferente do ocorrido em 2024, quando foram perdidos 35.426 km² de floresta, principalmente devido às grandes queimadas de setembro e outubro de 2024”, comenta Manoela.
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