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Depois de 20 anos , tropas dos EUA se preparam para retirada total do território afegão

Retirada de soldados marca o fim da presença norte-americana no extenso complexo que se tornou o centro do poder militar no Afeganistão.

Últimos soldados dos EUA deixaram a Base Aérea de Bagram, ponto central da presença norte-americana no Afeganistão. (Foto: Andrew Renneisen)

As últimas tropas norte-americanas deixaram a Base Aérea de Bagram, de acordo com um oficial de defesa dos Estados Unidos, marcando o fim da presença norte-americana no extenso complexo que se tornou o centro do poder militar no Afeganistão.

A retirada total das tropas dos EUA do país ainda não está concluída, mas é esperada para muito em breve.

Quase duas décadas depois que os primeiros norte-americanos chegaram a Bagram e ajudaram a assumir o controle do local após os ataques de 11 de setembro, a transferência da base para os militares afegãos ocorreu sem alarde, um final silencioso que pressagia a conclusão iminente da mais longa guerra da EUA.

Outrora uma pista dilapidada que mal tinha eletricidade nos edifícios circundantes, o campo de aviação tornou-se uma pequena cidade por direito próprio, completa com lojas, ginásios e salas de aula para os milhares de militares e empreiteiros que trabalhavam na base e nas suas instalações.

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A pista de três quilômetros, listrada com as marcas de pneus pretos escuros de incontáveis decolagens e pousos, foi o ponto de partida para operações militares em todo o país, com espaço para aeronaves de carga, caças e helicópteros de ataque.

Os presidentes George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump visitaram Bagram durante seu mandato, prometendo vitória e um futuro melhor para o Afeganistão.

Mas a retirada de Bagram, desprovida de qualquer pompa e cerimônia, é uma vitória simbólica para o Taleban, que travou uma batalha implacável pelo país contra os militares afegãos, repelindo as forças do governo e invadindo um número crescente de distritos.

Na quinta-feira (1º), o secretário de Defesa Lloyd Austin falou com o ministro afegão da Defesa, Bismillah Khan Mohammadi, dizendo que os Estados Unidos investiram na “segurança e estabilidade do Afeganistão” quando a retirada se aproximava de seu término.

Bagram foi o ponto de entrada para dezenas de milhares de soldados que foram ao país como parte da Guerra ao Terror, e foi o ponto de saída para muitos dos quase 2.000 militares norte-americanos mortos em combate durante 20 anos de combates.

As tropas ficaram na estrada principal que atravessa a base aérea, conhecida como Disney Drive, enquanto os caixões cobertos com a bandeira de militares mortos no Afeganistão passavam em seu caminho para a linha de voo para sua última viagem de volta para casa.

Por anos, a base foi alvo de inúmeros ataques do Taleban, incluindo atentados suicidas e ataques com foguetes. No final das contas, não foi a violência que levou à saída dos EUA, mas a diplomacia.

O Pentágono vinha reduzindo a presença de tropas no Afeganistão há anos, mas o Acordo de Doha, assinado entre o governo Trump e o Taleban no Catar, em fevereiro de 2020, sinalizou o começo do fim.

Em meados de 2011, havia quase 100.000 soldados dos EUA no país e outros 35.000 funcionários dos EUA. Uma década depois, esse número despencou para 2.500 soldados e 18.000 contratados.

O governo Biden deixou claro que as últimas tropas restantes sairiam no máximo até 11 de setembro, mas, à medida que a retirada avançava, ficou claro que isso aconteceria muito mais cedo.

Nos últimos dias da retirada dos Estados Unidos, as tripulações carregaram caixas de transporte em aviões de carga com o que restava do que era considerado valioso o suficiente para ser removido do país.

Na terça-feira, o Comando Central dos EUA, que supervisiona o Afeganistão, disse que removeu o equivalente a quase 900 cargas de C-17 do Afeganistão e destruiu quase 16.000 peças de equipamento.

Dois aviões transportando forças e equipamentos dos EUA e da coalizão partiram da base na noite de quinta-feira (1º), segundo uma fonte do Exército afegão. Um terceiro avião partiu da base na manhã desta sexta-feira (2), disse a fonte à CNN.

As informações são da CNN Brasil.


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