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Botos da Amazônia podem se comunicar lançando jatos de xixi para o alto, aponta pesquisa; veja o vídeo
Cientistas acreditam que o hábito tenha função social, representando uma maneira de comunicar sobre a posição em um grupo ou atributos físicos.
![botos-da-amazonia-podem-se-com](https://18horas.com.br/wp-content/uploads/2025/02/botos-da-amazonia-podem-se-com.jpg)
A lista de peculiaridades dos botos cor-de-rosa da Amazônia acaba de ganhar mais um item: eles têm o hábito de lançar jatos de xixi para o alto enquanto nadam de barriga para cima. Foi o que notou um novo estudo, assinado por uma dupla de cientistas brasileiros. Eles observaram de perto machos de botos brasileiros do Rio Tocantins ao longo de 219 horas, e flagraram o comportamento inusitado várias vezes. As informações são do site Umsóplaneta.globo.com. Assista no vídeo abaixo:
As imagens mostram uma dupla de botos (Inia geoffrensis) nadando lado a lado no Rio Tocantins, na Bacia Amazônica. Um dos botos vira de barriga para cima lentamente, coloca o pênis para fora da água e urina para cima.
Enquanto urinam, os botos nadam de forma linear, em círculos ou em um zigue-zague. O jato de xixi espirra para todo lado, respingando, inclusive, na própria cabeça do cetáceo autor da façanha.
“Ficamos muito chocados, pois era algo que nunca tínhamos visto antes”, disse Claryana Araújo-Wang, autora do estudo, em entrevista à revista New Scientist. Não foi um golpe de sorte, diga-se. Ao longo das 219 horas de observação, os pesquisadores notaram esse comportamento em botos 36 vezes. Os pesquisadores tinham o hábito de observar a ação em plataformas à beira dos rios, que tinham cerca de 15 metros de altura.
O vídeo representa trecho das observações de uma equipe de cientistas do Grupo de Pesquisa CetAsia, do Canadá (da qual faz parte Araújo-Wang), da Universidade Oregon State, dos EUA, (onde pesquisa o outro brasileiro que assina o estudo, Mauricio Cantor) e da Universidade Trent, também canadense. Um artigo que descreve as descobertas foi publicado na edição de fevereiro da revista científica Behavioural Processess.
Apesar de os botos, como os seus primos golfinhos, serem conhecidos como brincalhões, o hábito não parece se tratar de algo feito de forma aleatória, ou apenas por diversão.
No estudo, os cientistas indica que outros botos parecem seguir a trilha de urina lançada para o ar com seu focinho. Além disso, em algumas oportunidades, alguns deles nadaram em direção ao líquido quentinho, como se fosse o jato de xixi permitisse uma espécie de comunicação.
Todos os animais observados eram machos. Acredita-se que eles podem ter aprendido o hábito ao observar e conviver com outros botos.
Em entrevista à BBC WildLife, Araújo-Wang disse que a hipótese do grupo é que esta seja uma forma de demonstrar a “posição social ou as qualidades físicas” do boto mijão. Ao “farejar” os componentes presentes na urina, assim, potenciais rivais podem entender qual o tamanho da ameaça que estão lidando.
Como animais terrestres fazem para marcar território ou mostrar dominância para um vizinho, por exemplo, o hábito dos botos amazônicos de lançar jatos de urina, assim, também carregaria uma “função social”. São necessários mais estudos para entender se, de fato, o que foi observado significa uma forma de comunicação.
O fato é o seguinte: da próxima vez que for nadar com botos machos na Amazônia, é melhor estar preparado para um possível jato de xixi perdido. Só para o caso de você acabar entrando em uma conversa sem querer.
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