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Amazônia: calendário do desmatamento 2024 fecha com redução de 46%; Amazonas lidera o desmatamento em julho, aponta Imazon

O calendário do desmatamento 2024, que abrange o intervalo de agosto de 2023 a julho 2024, registrou 3.490 quilômetros quadrados (km²) de florestas derrubadas, representando uma diminuição de 46% em comparação ao período anterior, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023. Três dos nove estados amazônicos concentraram 77% da remoção florestal. Amazonas (28%), Pará (27%) e Acre (22%) lideraram o ranking, sendo responsáveis por 495 km². Além disso, oito dos dez municípios que mais derrubaram a vegetação amazônica fazem parte desses estados, quatro estão localizados no Amazonas, dois no Pará e dois no Acre.

amazonia-calendario-do-desmata

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amazonia-calendario-do-desmata

amazonia-calendario-do-desmataOs dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon desde o calendário de 2017. Apesar disso, a perda equivale a 349 mil campos de futebol de vegetação nativa. O número é aponta o menor território detectado no calendário desde o início das medições.

Ao avaliar isoladamente julho, os dados revelam uma elevação de 29% na destruição florestal, indo de 499 km² em julho de 2023 para 642 km². Sendo esse o segundo mês sucessivo com crescimento da prática, após 14 meses contínuos em que a Amazônia apresentou redução.

“Apesar de o calendário do desmatamento 2024 estar fechando em queda, os dados do SAD apresentam uma tendência de aumento pelo segundo mês. Estamos entrando em uma época do ano mais crítica, onde historicamente as estatísticas de devastação são altas. É preciso seguir avaliando o cenário, há uma tendência de aumento que pode acelerar nos meses seguintes. Intensificar medidas de fiscalização nas regiões mais pressionadas e penalizar devidamente os desmatadores ilegais é fundamental para barrar a atividade”, explica Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.

“Infelizmente o estado do Amazonas vem se consolidando como um novo epicentro de desmatamento. Ele era o estado com as maiores áreas de florestas do Brasil e com as taxas mais baixas de derrubada e agora a situação mudou em plena crise climática”, aponta Carlos Souza Jr.

Quando se observa a devastação nas unidades de conservação, a atividade teve um crescimento de 14%, indo de 43 km² em julho de 2023 para 49 km² em julho de 2024. Entre as dez UCs mais desmatadas no período, seis estão dentro do estado do Acre e outras duas no Pará. A Resex Chico Mendes (AC), que estava em sétimo lugar no ranking do mês anterior, passou para a primeira colocação em julho, perdendo uma área equivalente a 700 campos de futebol de floresta.

A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, explica que, apesar do aumento dos números para o mês nessa categoria fundiária, as unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas funcionam como barreiras contra a destruição florestal, por isso, a atividade é sempre menor dentro dessas regiões, “os órgãos responsáveis devem viabilizar o processo de destinação de terras públicas para a criação de novas áreas protegidas, além de acelerar a titulação de territórios quilombolas e a homologação de terras indígenas. Assim, será possível promover uma maior defesa da floresta por meio da lei, combater a grilagem de terras e melhorar a segurança dos povos e comunidades locais”, comenta.

Degradação florestal

A degradação, que é caracterizada pela retirada parcial da vegetação, sendo reflexo da extração madeireira e das queimadas, apresentou um território de 175 km². O SAD detectou um aumento de 55% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando a ação atingiu 113 km².

Os estados da Amazônia Legal com a prática foram Mato Grosso (35%), Pará (33%), Acre (15%), Amazonas (13%) e Rondônia (4%). O espaço degradado equivale à perda de 564 campos de futebol de floresta por dia, sendo julho o segundo mês sucessivo com crescimento.

“Julho está inserido no período mais seco do calendário do desmatamento, onde as chuvas são menos intensas e o desmatamento e a degradação são favorecidas pelo clima. Estamos nos aproximando dos meses onde historicamente as áreas degradadas são maiores, principalmente devido ao aumento dos incêndios florestais. É necessário que os órgãos responsáveis possam agir previamente, com o intuito de conter as queimadas. Além do fogo afetar a vegetação, ele também pode ocasionar morte direta dos animais que habitam nas florestas atingidas. A fumaça propagada devido a esta prática tem capacidade de chegar tanto às cidades da Amazônia quanto do Brasil, comprometendo a qualidade do ar e prejudicando a saúde da população”, afirma Larissa.


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