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Amazonas: sindicatos denunciam prejuízos a famílias de servidores com atraso de salários

O presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa, disse que nem mesmo no auge da crise econômica brasileira os servidores públicos do Estado acumularam tantos prejuízos.

Nesta sexta-feira, após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) anunciar que o Estado vai atrasar o pagamento dos salários de novembro e dezembro, representantes de servidores públicos do Estado se manifestaram contra a medida. Segundo eles, a medida vai prejudicar milhares de pais de família que não conseguirão planejar o fim de ano de 2019 e o começo de 2020, pois foram surpreendidos pelo anúncio governamental.

O presidente do Movimento Único dos Servidores Públicos (Mup), Lambert Melo, em entrevista ao programa 18horas, da RÁDIO MIX MANAUS, chamou o anúncio dos atrasos de salários de “traição do governador”, que segundo ele, teve apoio eleitoral de várias categorias do funcionalismo.

Lambert: “Como não tem dinheiro para o servidor e aumenta os contratos de comissionados com altos salários?”

“O governador não se dignou sequer a dar uma satisfação, a ter a honradez de dar uma explicação para a sociedade. Parece mesmo apenas a vontade de fazer maldade com o servidor. Coloca o serviço público como bode expiatório da má gerência do Estado. Ele tem que fazer o dever de casa. Aumentou a quantidade de cargos comissionados. Como não tem dinheiro para o servidor e aumenta os contratos de comissionados com altos salários?”, disse.

Lambert convidou os servidores para um ato público, na terça-feira, às 8h, em frente à sede do governo, no bairro da Compensa, em Manaus, para exigir que o “pacote de maldades” de Wilson Lima seja revertido e cancelado.

O presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa, disse que nem mesmo no auge da crise econômica brasileira os servidores públicos do Estado acumularam tantos prejuízos como nos primeiros nove meses da administração do governador Wilson Lima (PSC). Em mais de 40, 50 anos, o governo nunca fez isso com os funcionários, disse. Para ele, “ deplorável que o servidor só vai receber seu salário depois do ano novo”.

Gerson: “É deplorável que as finanças do Estado tenham chegado a esse nível em tão pouco tempo”

Gerson disse que os atrasos nos salários vão implicar em prejuízo direto na matrícula das escolas, na compra de material escolar e em pagamentos de dívidas de impostos como o IPVA. Segundo ele, “é deplorável que as finanças do Estado tenham chegado a esse nível em tão pouco tempo”, de não pagar os salários e, ainda por cima, gastar milhões em festas e pagando a empresas “envolvidas em diversos tipos de falcatruas”. “A gente recebe com espanto”, disse.

A presidente do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), Helma Sampaio, disse que há uma grande insatisfação entre os servidores, com o atraso nos salários. “A notícia caiu como uma bomba para os servidores públicos, que devem passar o Natal e o Ano novo sem o salário do mês de dezembro”, disse. Para ele, o pronunciamento do governador causou uma grande insatisfação entre os profissionais da Educação, assim como em todo o funcionalismo.

”Nós sabemos que o governo vai fechar esse ano com uma arrecadação muito favorável, de R$ 19 bilhões. Então, não havia necessidade do governador lançar esse pacote de maldades prejudicando todo o funcionalismo. Nesse pacote de maldades, ele atrasa o pagamento de novembro para o mês de dezembro, e o pagamento de dezembro para somente para dezembro de 2020. Essa decisão dele é para prejudicar toda a nossa vida. Nós somos mães e pais de famílias, temos nossos compromissos”, disse Helma.

Helma: “Nós entendemos como uma falácia o argumento de que os cofres públicos estão em situação desfavorável”

A dirigente sindical acrescentou: “Temos contas a pagar, temos todo um planejamento das nossas finanças e o governo, sem dó nem piedade, junto com os deputados, com o aval da maioria dos deputados, lança essas medidas, esse pacote de maldades que causa muita indignação em todos nós. Nós sabemos que o governo não tinha necessidade de agir assim porque as finanças e o orçamento do Estado não estão prejudicadas do jeito que o governador fala. Nós entendemos como uma falácia o argumento de que os cofres públicos estão em situação desfavorável”.

Helma lembrou que, em agosto, a própria Secretaria do Tesouro Nacional, informou que o Amazonas está entre os dez estados com situação favorável, inclusive para fazer empréstimos junto à União. “Então, existe toda uma desconfiança no funcionalismo público. Nós entendemos como inverdades os depoimentos do governador quando ele se refere à situação financeira e orçamentária do Estado. O fato é que nós entendemos que é um governo que não se planeja, não se prepara e está tomando decisões descabidas – outra decisão descabida foi o congelamento dos salários até o ano de 2021 -. Enfim, ele vem tomando várias atitudes desnecessárias, despropositais e descabidas e, por isso, está sendo avaliado pela maioria da população como um governo insuficiente. É lamentável”, afirmou.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) anunciou, ontem, que os salários de dezembro do funcionalismo público do Estado e o décimo terceiro salário serão pagos com atraso. Em coletiva de imprensa, ele informou que os salários de dezembro só serão pagos em janeiro, nos dias 3 e 4 e os de novembro serão pagos nos dias 3 e 4 de dezembro. O governador também disse que o décimo terceiro de 2019 será pago em duas vezes, nos dias 21 e 22 de novembro, e 19 e 20 de dezembro. O servidor vai passar o Natal e Ano Novo sem o salário de dezembro.


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