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Unesco diz que há 122 milhões de meninas sem acesso à educação básica; África lidera índices

Durante o período em análise, a percentagem de meninas que concluem o ensino primário aumentou de 86% para 89%.

A escolarização de crianças do sexo feminino em todo o mundo registrou um “progresso substancial” desde 2015, mas ainda há 122 milhões que não têm acesso à educação básica, especialmente na África subsaariana, anunciou nesta terça-feira (10), em Paris, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Na África subsaariana a proporção de meninas integradas no sistema de educação continua muito inferior que a dos meninos e é também onde mais de metade das crianças em todo o mundo não frequenta a escola, revela relatório da Unesco.

Por ocasião do Dia Internacional da Criança do Sexo Feminino, os autores do relatório de Monitorização Global da Educação (GEM, na sigla em inglês) salientam também que, no Afeganistão, a “exclusão em massa das meninas da educação” traduz-se pelo não acesso à escola primária de 60% daquele universo (contra 46% das crianças de sexo masculino) e 74% não frequentam a escola secundária (contra 50%).

A nível mundial, os progressos no acesso das crianças do sexo feminino à educação desde 2015 registram atualmente mais 22,5 milhões de meninas no ensino primário, 14,6 milhões na primeira fase do ensino secundário e 13 milhões na segunda fase.

Durante o período em análise, a percentagem de meninas que concluem o ensino primário aumentou de 86% para 89%; de 74% para 79% na primeira fase do ensino secundário e de 54% para 61% na segunda.

Atualmente, mais cinco milhões de meninas concluem cada um desses três níveis de ensino por ano por comparação com 2015.

Esforços devem ser duplicados

A Unesco congratula-se com esses progressos, mas apela para que se “dupliquem os esforços” até 2030 para se alcançar o nível de escolarização total e conclama os governos a investirem urgentemente nas áreas que considera fundamentais.

Os governos devem proporcionar às meninas marginalizadas uma educação segura, gratuita e de qualidade; devem ainda recolher, analisar e utilizar dados desagregados por sexo e estatísticas de referência cruzada entre gênero que lhes permitam a formulação de políticas específicas.

O mesmo relatório recomenda que os governos devem também criar quadros jurídicos sensíveis ao gênero e optar por materiais de ensino e aprendizagem sensíveis ao gênero, que garantam uma representação equitativa de meninas nos currículos e manuais escolares, isentos de preconceitos, estereótipos e normas de gênero.


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