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Quase toda a população do Equador tem dados pessoais vazados

Os dados vazados incluem o status da conta, o saldo e o tipo de crédito dos clientes bancários, além de dados de pessoas já falecidas.

Informações detalhadas de parte da população do Equador foram divulgadas on-line, em uma violação de dados nacional maciça e sem precedentes. As atividades ilícitas vieram a tona no início desta semana pela empresa de segurança na Internet vpnMentor durante um projeto de rotina.

Mais de 20 milhões de pessoas, incluindo cerca de 7 milhões de menores, foram expostas ao vazamento. Segundo a Procuradoria Geral do Estado do Equador, os dados vazados incluem nomes completos, data e local de nascimento, endereço residencial e de e-mail, números de identificação nacional e números de contribuintes, informações sobre emprego e ainda incluem os detalhes de pessoas falecidas.

De acordo com o relatório enviado pela vpnMentor, a violação foi encontrada em um servidor não seguro em Miami, que parecia pertencer à empresa equatoriana de consultoria e análise Novaestrat. Ainda não se sabe exatamente quantos equatorianos foram afetados com essa ação.

Além disso, informações financeiras também vazaram, incluindo o status da conta, o saldo e o tipo de crédito dos clientes bancários. Dados do fundador do Wikileaks,
Julian Assange, oram encontradas entre os dados que vazaram, afirmou o relatório. Assange recebeu asilo político e viveu na embaixada equatoriana em Londres de 2012 até este ano.

O VpnMentor denunciou a violação às autoridades equatorianas em 11 de setembro, de acordo com o ministério de telecomunicações do país. A brecha foi rapidamente fechada, mas o estrago estava feito.

“Depois que os dados são expostos ao mundo, eles não podem ser desfeitos”, alertou o relatório vpnMentor. “O banco de dados agora está fechado, mas as informações já podem estar nas mãos de terceiros maliciosos”.
O vazamento agora coloca indivíduos e empresas em risco de roubo de identidade, fraude financeira, espionagem comercial e outras ameaças à segurança, segundo o relatório.

As autoridades equatorianas estão agora correndo para resolver a violação.
Na segunda-feira, promotores e uma força policial federal invadiram a casa do representante legal da Novaestrat, William Roberto G., confiscando equipamentos eletrônicos e computadores. Mais tarde naquela noite, a polícia o encontrou e o deteve na província de Esmeraldas, no noroeste do Equador.

“Ele será transferido imediatamente para que o promotor do Equador possa reunir informações no âmbito da investigação que está ocorrendo”, twittou a ministra do Interior Maria Paula Romo.

“Se for confirmado que eles violaram a privacidade pessoal dos equatorianos, é uma ofensa criminal que deve ser punida”, disse o ministro das Telecomunicações, Andrés Michelena, no Twitter.

Na noite de segunda-feira, Michelena disse que um projeto de lei de proteção de dados pessoais que estava em andamento há meses seria enviado à Assembléia Nacional dentro de 72 horas.

Essa violação não foi um hackeamento de dados ou um ataque cibernético a bancos de dados do governo, informou o Ministério das Telecomunicações em comunicado em seu site. Acrescentou que os sistemas de segurança das instituições do governo estavam atualizados e foram capazes de identificar e combater ataques, e que a Novaestrat pode ter realizado essa violação em colaboração com ex-funcionários públicos que tinham acesso à informação.


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