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Papa pede que padres falem menos nas missas porque ninguém presta atenção em longa pregação
Papa Francisco sugeriu que uma homilia não deve passar de 10 minutos, porque , segundo ele, as pessoas, depois de 8 minutos, perdem a atenção.
Sua Santidade, o papa Francisco, no encontro que manteve na Eslováquia com os bispos, sacerdotes e religiosos, no último dia 13, segunda-feira, pediu que o tempo das homilias fosse reduzido.
Segundo ele: “Homilia não é uma pregação de quaresma, é outra coisa. Está no coração da Eucaristia. E pensemos nos fiéis que têm que escutar homilias de 40 minutos, de 50 minutos, sobre argumentos que não entendem, que não lhes comove”. Ou seja, esse lero-lero é quase uma penitência. A informações é da coluna de Reinaldo Polito, do UOL.
Depois de afirmar que as pessoas não entendem e não se envolvem com homilias longas, sugeriu um tempo aproximado para essas falas: “Uma homilia, muitas vezes, não deve passar de 10 minutos, porque as pessoas, depois de 8 minutos, perdem a atenção. A menos que seja muito necessário, né? O tempo deveria ser de 10 a 15 minutos, não mais”.
As religiosas agradecem
E para completar, aproveitou a presença das religiosas para fazer uma brincadeira com elas: “Permito-me uma maldade: as religiosas começaram com os aplausos, porque elas são vítimas das nossas homilias, não é?”. O papa tem razão. As pessoas já não têm mais paciência de ouvir arengas intermináveis. É um tempo em que os ouvintes cada vez menos prestam atenção. E é um tempo em que as homilias precisam ser cada vez mais curtas, mais estimulantes, mais instigantes.
Como o pensamento trabalha em velocidade quatro vezes mais rápido que as palavras, depois algum tempo, que segundo as últimas pesquisas é de cinco minutos, os ouvintes criam um foco de atenção viciado e deixam de se concentrar na mensagem. Começam a pensar em seus afazeres, problemas, compromissos, e se desligam. Cabe ao orador segurar o pensamento da plateia.
O tempo de atenção é curto
No livro que escrevi com Rachel Polito, “Oratória para líderes religiosos”, comentamos que mesmo tendo o tempo de cinco minutos como parâmetro para atuar no sentido de manter ou recuperar a concentração dos ouvintes, depois de 15 minutos, entretanto, a atenção do público diminui sensivelmente e entra nos níveis mais baixos. Somente nos momentos finais, quando o público tem a sensação de que a pregação se encaminha para a conclusão, é que as pessoas voltam a acompanhar com mais interesse. Por isso, depois de conquistar a atenção dos fiéis logo no início, o pregador deve passar imediatamente toda a mensagem que julgar relevante, pois nesse momento o público estará mais atento. Depois dos 15 minutos, é preciso distrair a plateia com histórias, exemplos e passagens mais instigantes do evangelho.
O tempo ideal
Portanto, esse tempo de 10 a 15 minutos para as homilias sugerido pelo papa é de fundamental importância para que os fiéis entendam e acompanhem com interesse. Se o pregador conseguir passar a mensagem entre oito e dez minutos, como Sua Santidade julgou ideal, seria mesmo ainda mais interessante.
Você já ouviu falar em paciência de cristão? Pois é, se nem cristão tem paciência de ouvir apresentações longas dentro da igreja, imagine quem está no corre-corre das reuniões do dia a dia, se vai conseguir prestar atenção. Assim sendo, fale o que tiver de dizer no menor tempo que puder, desde que transmita tudo o que precisar, atingindo seus objetivos.
Para isso, é preciso planejar e se preparar. Há uma frase atribuída a Antonio Vieira. Já pesquiso há mais de 40 anos para ver se descubro a fonte. Até agora nada. Uns dizem que o grande pregador proferiu a frase logo após ter pronunciado um longo sermão, outros que foi depois de ter escrito uma longa carta. De uma forma ou outra, sendo a frase dele ou não, é muito boa e cabe como uma luva neste contexto: “Vocês me desculpem, mas não tive tempo de ser breve”.
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