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Ômicron é a variante que sobrevive por mais tempo na pele e em superfícies plásticas

O estudo japonês sobre a Ômicron na pele e em superfícies não conseguiu concluir até que momento o vírus ainda tinha capacidade de infectar pessoas enquanto permanecia vivo na superfície

Primeira imagem da Ômicron, da Universidade de Hong Kong – Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade de Medicina da Prefeitura de Kyoto, no Japão, compararam a capacidade de sobrevivência em superfícies do coronavírus original — encontrado em Wuhan, na China no final de 2019 — e as variantes de preocupação Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron. Em um estudo ainda não revisado por pares, os cientistas concluíram que a Ômicron é a mais resistente no ambiente externo, ficando até 21 horas sobre a pele e até 193 horas (o equivalente a oito dias) em superfícies plásticas.

Apesar da enorme capacidade de contágio da Ômicron, o diretor-geral da OMS fez hoje prognóstico otimista, mas deixou um alerta. Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, “podemos acabar com a fase aguda da pandemia este ano e dar fim à Covid-19 como emergência sanitária mundial”, que é o nível de alerta mais alto da OMS.

No entanto, Adhanom alertou que é “perigoso supor que a Ômicron será a última variante e que estejamos no fim do jogo”, porque as condições são “ideais” para que outras variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.

O estudo japonês sobre a Ômicron na pele e em superfícies não conseguiu concluir até que momento o vírus ainda tinha capacidade de infectar pessoas enquanto permanecia vivo na superfície.

As amostras virais usadas no estudo foram fornecidas pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas de Tóquio. Os pesquisadores testaram a capacidade de sobrevivência em uma placa de poliestireno (plástico) e em pele humana (foram usadas amostras de pele humana coletadas para autópsia forense).

Os cientistas descobriram que a Ômicron é a que mais resiste na superfície plástica (193,5 horas), seguido pela Alfa (191,3 horas), Beta (156,6 horas), Delta (114 horas), Gama (59,3 horas), sendo que a cepa originária de Wuhan foi a que menos sobreviveu, ficando 56 horas.

Já o tempo de permanência na pele humana foi inferior em comparação à superfície plástica, sendo a Ômicron a mais resistente (21,1 horas), seguida da Alfa (19,6 horas), Beta (19,1 horas), Delta (16,8 horas), Gama (11 horas) e a originária de Wuhan (8,6 horas).

Essa maior capacidade de sobrevivência da Ômicron sugerem os autores do estudo, poderia explicar o porquê de a nova variante ter substituído rapidamente a Delta. “Em tese, se essas partículas encontradas em superfícies forem contaminantes então isso pode explicar parte do processo de infecção da Ômicron. O trabalho lança uma pergunta a ser respondida e dizem as as melhores pesquisas são aquelas que deixam perguntas em aberto para serem respondidas”, afirma o médico Salmo Raskin, geneticista e diretor-médico do Laboratório Genetika, de Curitiba.


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