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Mais de 90 apoiadores de Trump são presos por invasão do Congresso americano

Entre os detidos está Jacob Anthony Chansley, que estava fantasiado com chapéu de pele com chifres, rosto pintado e levando uma lança com a bandeira dos EUA quando invadiu o Capitólio.

Três dias após a invasão do Congresso americano, mais de 90 pessoas já foram presas, segundo a agência de notícias Associated Press. Entre elas estão dois protagonistas de imagens que viralizaram após a ação. As informações são da Reuters, com publicação pelo jornal Folha de S.Paulo.

Um deles chamou a atenção por estar fantasiado com chapéu de pele com chifres, rosto pintado e levando uma lança com a bandeira dos EUA. Jacob Anthony Chansley se apresentou à polícia, segundo o Departamento de Justiça americano.

Também conhecido como Jake Angeli, ele telefonou para o escritório do FBI de Washington na quinta-feira (7) e conversou voluntariamente com agentes.

“Chansley disse que participou de um esforço em grupo com outros ‘patriotas’ do estado do Arizona, a pedido do presidente para que todos os ‘patriotas’ fossem a D.C. [Distrito de Columbia, onde fica a capital americana] no dia 6 de janeiro de 2021”, explica o Departamento de Justiça, em comunicado.

Antes de sua detenção, Chansley se vangloriou da invasão, que deixou ao menos cinco mortos e forçou congressistas a fugirem do local, segundo a rede de TV americana NBC. “O fato de termos um bando de traidores no cargo, agachados, colocando máscaras de gás e retirando-se para seu bunker subterrâneo, eu considero isso uma vitória”, disse ele à NBC News.

De acordo com a imprensa americana, ele era frequentemente visto em atos de apoio ao presidente Donald Trump. A agência de notícias Reuters não conseguiu contato com seus familiares.

Outro preso por agentes federais foi Adam Christian Johnson, fotografado sorridente enquanto carregava o púlpito da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi. Ele havia feito uma transmissão ao vivo no Facebook enquanto andava pelos corredores do Capitólio, segundo o jornal Tampa Bay Times.

O vídeo foi removido da plataforma e todas as suas páginas, derrubadas. De acordo com o Miami Herald, nas redes sociais Johnson se gabava de estar à frente das manifestações.

Chansley enfrenta diversas acusações em nível federal, incluindo entrada violenta e conduta desordenada na área do Capitólio. Jonhson, que terá sua primeira audiência em um tribunal federal na segunda (11), é acusado em uma corte fora de Washington.

Não ficou claro se Chansley continuava detido neste sábado (9), ou se ele e Johnson possuíam representação legal.

Houve ainda prisões de um homem ligado a ameaças a legisladores e de um líder do grupo de extrema direita Proud Boys.

Cleveland Meredith afirmou ao FBI que chegou a Washington apenas na quinta, após ter se atrasado na estrada no estado de Ohio, segundo documentos de um tribunal federal. Os agentes encontram um fuzil, uma pistola e centenas de munições sob sua posse.

Ele foi preso após ameaçar Pelosi, segundo mensagem de texto lida por um agente do FBI, de 7 de janeiro, em que Meredith falava em “colocar uma bala em sua cabeça na TV ao vivo” e atropelar a presidente da Câmara com seu caminhão, de acordo com a queixa criminal.

Já autoproclamado líder do Proud Boys no Havaí, Nicholas Ochs, que por pouco não ocupou um assento na Câmara de Deputados do estado, foi preso ao retornar para Honolulu, acusado de entrada ilegal em edifícios ou áreas restritas, afirmaram procuradores federais em um comunicado. Ainda não está claro se ele possui um advogado.

Ao menos 13 pessoas enfrentam acusações criminais por estarem ligadas à invasão no Tribunal do Distrito de Columbia e ao menos outras 40 sofrem acusações menos graves na Suprema Corte local.

Muitos deles foram detidos na quinta e liberados, com uma ordem judicial para não retornarem a Washington a não ser para participar de audiências ou reuniões com advogados.

Entre os indiciados está Richard Barnett, do Arkansas, fotografado à mesa de Nancy Pelosi, e um deputado estadual da Virgínia Ocidental Derrick Evans, que renunciou neste sábado.

Enquanto isso, o FBI, a polícia federal americana, pediu ajuda à população para identificar os participantes do ato, devido à profusão de imagens na internet. Já o senador democrata Mark Warner solicitou, neste sábado, que as operadoras de celular mantivessem guardados conteúdos e dados associados à invasão.

O FBI e o departamento de polícia de Washington realizam uma investigação conjunta da morte do do agente do Capitólio Brian Sicknick.


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