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Filas de carros nas fronteiras mostram russos em fuga após convocação de Putin para a guerra

O plano do presidente Vladimir Putin é convocar 300 mil reservistas para reforçar as tropas russas na guerra na Ucrânia.

Não há dados precisos a respeito do tamanho do êxodo para outros países. (Foto:Reprodução)

Imagens feitas por satélite pela empresa Maxar Technologies mostram que longas filas de carros se formaram nas fronteiras da Rússia com a Geórgia e com a Mongólia. Homens russos estão fugindo para países vizinhos para evitar a convocação para lutar na guerra da Ucrânia.

O plano do presidente Vladimir Putin é convocar 300 mil reservistas para reforçar as tropas russas na guerra na Ucrânia. A mobilização foi anunciada no dia 21 de setembro.

Não há dados precisos a respeito do tamanho do êxodo para outros países.

Cenas como as da fronteira da Rússia com a Geórgia e com a Mongólia também ocorreram nas divisas com o Cazaquistão e a Finlândia. A Rússia não fechou suas fronteiras, e os guardas, aparentemente, deixam as pessoas saírem do país.

No domingo, a espera para entrar na Geórgia chegou a 48 horas. O país permite que cidadãos russos entrem sem visto. Em um momento, mais de 3.000 veículos estavam na fila para cruzar a fronteira, informou a mídia estatal russa, citando autoridades locais.

Os voos para fora da Rússia se esgotaram ou têm poucas passagens a preços astronômicos. Os carros se acumularam nos postos de fronteira.

Questionado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres: “Não sei nada sobre isso. No momento, nenhuma decisão foi tomada sobre isso”.

Informações de que a Rússia poderia fechar suas fronteiras contribuíram para a turbulência desde que o presidente Putin deu a ordem na semana passada para convocar os reservistas.

“Todo mundo em idade de alistamento deve ser proibido de viajar para o exterior na situação atual”, disse Sergei Tsekov, um importante parlamentar que representa a Crimeia anexada à Rússia na Câmara superior do Parlamento russo, à agência de notícias RIA.

Dois sites de notícias exilados – Meduza e Novaya Gazeta Europe – relataram que as autoridades planejam proibir a saída de homens, citando autoridades não identificadas.

A mobilização foi acompanhada por um anúncio de Putin de que Moscou realizaria referendos para anexar quatro províncias ucranianas ocupadas por suas forças. O Ocidente considera as votações, que devem terminar na terça-feira, um pretexto falso para tomar território capturado à força.

A mobilização levou aos primeiros protestos contínuos na Rússia desde o início da guerra, com um grupo de monitoramento estimando que pelo menos 2 mil pessoas foram presas até agora. Todas as críticas públicas à “operação militar especial” são proibidas.

Imagens que circulam na internet mostram confrontos entre multidões e policiais, principalmente em áreas onde predominam minorias étnicas, como o Daguestão, no sul, que é majoritariamente muçulmano e a Buriácia, lar dos budistas mongóis, na Sibéria.


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