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Estudo aponta que homens têm nível mais alto de enzima essencial para infecção por coronavírus

Descoberta pode ajudar a explicar por que os homens são mais vulneráveis a infecções graves pela Covid-19

Um trabalhador de laboratório é visto no Departamento de Diagnóstico Laboratorial, que realiza testes de diagnóstico de coronavírus no Centro Wielkopolska de Pneumologia e Cirurgia Torácica em Poznan, Polônia em 3 de março de 2020. Foto tirada em 3 de março de 2020.

O sangue dos homens tem níveis mais altos de uma enzima que o novo coronavírus usa para infectar as células do que o sangue das mulheres, mostraram os resultados de um grande estudo europeu nesta segunda-feira — uma descoberta que pode ajudar a explicar por que os homens são mais vulneráveis a infecções pela Covid-19.

A enzima conversora de angiotensina (ACE2) é encontrada no coração, nos rins e em outros órgãos. Na Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, acredita-se que ela desempenha um papel na forma como a infecção avança para os pulmões.

O estudo, publicado no periódico científico European Heart Journal, também revelou que os remédios amplamente receitados conhecidos como inibidores de ACE, ou bloqueadores de receptores de angiotensina (BRAs), não provocaram concentrações mais altas de ACE2 e portanto não devem aumentar o risco de Covid-19 para as pessoas que os tomam.

Os inibidores de ACE e BRAs são muito receitados para pacientes com insuficiência cardíaca, diabetes ou doença renal, e representam bilhões de dólares em vendas em todo o mundo.

“Nossas descobertas não justificam a suspensão destes remédios em pacientes com Covid-19”, disse Adriaan Voors, professor de cardiologia da Universidade e Centro Médico (UMC) de Groningen, na Holanda, que coliderou o estudo.

A pandemia de Covid-19 já infectou mais de 4 milhões de pessoas em todo o planeta e matou quase 277 mil, de acordo com uma contagem da Reuters.

Os índices de morte e infecção indicam que os homens têm mais probabilidade de contrair a doença, e de sofrer complicações graves ou críticas neste caso, do que as mulheres.

Analisando milhares de homens e mulheres, a equipe de Voors mediu as concentrações de ACE2 em amostras de sangue retiradas de mais de 3.500 pacientes de insuficiência cardíaca de 11 países europeus.

O estudo havia começado antes da pandemia de coronavírus, disseram os pesquisadores, e por isso não incluiu pacientes de Covid-19.

Mas quando outras pesquisas começaram a apontar a ACE2 como crucial para a maneira como o novo coronavírus entra nas células, Voors e sua equipe viram sobreposições importantes com seu estudo.

“Quando vimos que um dos biomarcadores mais potentes, o ACE2, estava muito mais alto em homens do que em mulheres, percebi que isto tinha o potencial de explicar por que os homens têm muito mais probabilidade de morrer de Covid-19 do que as mulheres”, disse Iziah Sama, médico da UMC de Groningen que coliderou o estudo.


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