Conecte-se conosco

Mundo

Chefe dos bombeiros diz que não há sobreviventes em acidente nos EUA e que foco de missão é recuperar corpos

Autoridade de Washington confirmou que 28 corpos foram retirados do rio Potomac, local da queda das aeronaves.

chefe-dos-bombeiros-diz-que-na

O chefe do Corpo de Bombeiros e Serviços de Emergências Médicas de Washington, John Donnelly, afirmou que a operação nas águas do rio Potomac, onde um avião de passageiros e um helicóptero militar caíram após colidirem no ar na noite de quarta-feira, estavam mudando de uma operação de resgate para uma missão de recuperação de corpos. A autoridade confirmou também que 28 corpos já foram retirados da água.

— Estamos em um ponto em que estamos mudando de uma operação de resgate para uma operação de recuperação [de corpos]. Neste ponto, não acreditamos que haja sobreviventes deste acidente — disse Donnelly a repórteres, após a noite e a madrugada de buscas.

Uma aeronave Bombardier CRJ700, construído há cerca de 20 anos, transportava 60 passageiros e quatro tripulantes em um voo da American Airlines, operado pela PSA Airlines, quando colidiu com um helicóptero militar Sikorsky UH-60 Black Hawk, fabricado pela Lockheed Martin, empresa americana de Defesa. O voo havia partido de Wichita, no Kansas, e pousaria em Washington, enquanto a aeronave militar participava de um voo de treinamento em Fort Belvoir, na Virgínia, segundo o secretário de Defesa, Pete Hegseth, que classificou o acidente como “absolutamente trágico”.

A colisão entre a aeronave comercial e o helicóptero militar foi gravada em vídeo. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma bola de fogo se forma no céu e cai nas águas do rio. Um áudio gravado momentos antes da colisão entre um controlador de tráfego aéreo e o piloto do helicóptero, obtido pela rede americana CNN, demonstra que o militar visualizou o avião comercial antes da colisão.

Uma grande operação de resgate lançada no local da queda, em um trecho do rio que fica na divisa de Washington, Virgínia e Maryland. Cerca de 300 socorristas foram enviados para atender a emergência, e os esforços são visíveis desde a noite de quarta-feira, quando barcos e helicópteros circulavam pela área do acidente, tentando localizar sobreviventes.

No início da noite, a principal preocupação das equipes de resgate era localizar rapidamente possíveis sobreviventes na água, já que era esperado que as temperaturas caíssem abaixo de zero na área de Washington. O que elevava o risco de hipotermia — que pode acontecer entre 20min e 30 min em água fria, de acordo com o serviço meteorológico.

Em uma primeira manifestação oficial, o presidente americano, Donald Trump, disse estar “totalmente informado” sobre o acidente e pediu que Deus abençoasse as almas das vítimas. Nas redes sociais, Trump sugeriu que o acidente poderia ter sido evitado.

“O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira para o aeroporto. O helicóptero estava indo direto para o avião por um longo período de tempo. É uma NOITE CLARA, as luzes do avião estavam acesas, por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou. Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião. Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada”, escreveu Trump na Truth Social.

A identidade de alguns dos passageiros do voo começam a ser conhecidas nos EUA. Vários membros da comunidade da patinação artística estavam a bordo da aeronave civil, incluindo os patinadores artísticos Evgenia Shishkova, de 52 anos, e Vadim Naumov, de 55, ambos de nacionalidade russa, que foram campeões mundiais em 1994.

Todas as decolagens e aterrissagens foram interrompidas no aeroporto, enquanto o pessoal de emergência respondia a um “incidente de aeronave”. A previsão é de que o Aeroporto Nacional Ronald Reagan ficasse fechado até às 11h desta quinta-feira (13h em Brasília), segundo informou John Potter, presidente da Autoridade Metropolitana de Aeroportos de Washington.

O último acidente fatal envolvendo uma companhia aérea comercial dos EUA foi o voo 3407 da Colgan Air, que caiu perto de Buffalo, matando 50 pessoas, em 12 de fevereiro de 2009. Especificamente com a American Airlines, o último acidente com vítimas foi em novembro de 2001, quando um grande avião caiu no bairro de Belle Harbor, no Queens, matando 251 passageiros.

Enquanto as causas da colisão ainda não foram esclarecidas, autoridades políticas e aeronáuticas comentaram sobre o cenário. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que os dois voos seguiam “padrões de voo regulares”. O piloto Chesley Sullenberger III, que pousou um avião de passageiros com segurança no Rio Hudson, em Nova York, em 2009 — e inspirou o filme “Sully, o herói do rio Hudson”, estrelado por Tom Hanks — disse que o pouso à noite sobre a água e as condições da pista do Aeroporto Ronald Reagan podem ter contribuído para o acidente.

O Aeroporto Nacional Ronald Reagan foi construído no final da década de 1930 e exige treinamento adicional para os pilotos que operam nele, disse o capitão Sullenberger. Ele também afirmou que o pouso noturno, e o local do acidente, sobre o rio, apontam para condições de pouso mais desafiadoras.

— Haveria menos luzes de solo visíveis sobre a água do que sobre a terra à noite — afirmou. — Pode ter tornado um pouco mais difícil de ver. Mas isso é suposição. Não sabemos. (Com NYT e AFP)


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

16 − seis =