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Alerta de ameaça terrorista sobe para nível máximo na França após atentado na Rússia
O governo francês está autorizado a tomar medidas excepcionais. Entre elas, o fechamento de estradas, do metrô, e a proibição de viagens escolares, por exemplo.
A França elevou seu nível de alerta para atentados para a categoria máxima após o ataque da última sexta-feira (22) à casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou. O anúncio foi feito neste domingo (22) pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, após uma reunião do Conselho de Defesa presidido pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.
“Diante da reivindicação do atentado pelo grupo Estado Islâmico e das ameaças que pesam sobre o nosso país, decidimos elevar a ameaça para o nível máximo”, publicou Attal na rede social X. Macron presidiu neste domingo (24) a reunião do Conselho de Defesa sobre o atentado nos arredores de Moscou e suas consequências, a quatro meses do início dos Jogos Olímpicos em Paris.
“A reivindicação do atentado em Moscou vem do Estado Islâmico-Khorasan, organização que ameaça a França e participou recentemente de atentados abortados em vários países europeus, entre eles França e Alemanha”, divulgou o gabinete do primeiro-ministro, em um comunicado.
O alerta havia sido reduzido em janeiro para a categoria 2, que indica “segurança reforçada” e é a penúltima de três níveis. Em caso de urgência máxima, como é o caso agora, o governo francês está autorizado a tomar medidas excepcionais. Entre elas, o fechamento de estradas, do metrô, e a proibição de viagens escolares, por exemplo.
“O primeiro-ministro pediu ao secretário-geral da Defesa e Segurança Nacional que convoque nesta segunda-feira uma reunião envolvendo todos os serviços de segurança afetados pelo aumento do nível de Vigipirate”, acrescentou.
Dispositivo contra atentados foi reforçado após os ataques de 2015
O plano contra atentados é conhecido na França como Vigipirate e existe desde 1978. No total, ele inclui mais de 300 medidas e muitas são confidenciais. Elas podem ser aplicadas em 13 áreas, como saúde, cibersegurança e sistemas de alerta e mobilização. Inclui, ainda, conselhos comportamentais, como treinamentos nas escolas em caso de atentado, por exemplo.
Em paralelo a esse sistema, a Operação Sentinela mobiliza 7.000 soldados na França. Além disso, há 3.000 militares em alerta permanente. O reforço das medidas aconteceu após os atentados de 13 de novembro de 2015, que deixaram 236 mortos em Paris.
Ataque em Moscou deixou 137 mortos
O ataque de sexta-feira na prefeitura de Crocus, perto de Moscou, deixou pelo menos 137 mortos e 182 feridos, de acordo com o balanço mais recente.
Os investigadores continuam a vasculhar os escombros do edifício da casa de shows, destruído por um grande incêndio iniciado pelos atacantes. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, mas Moscou ainda não acusou o grupo.
No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os suspeitos foram detidos “enquanto se dirigiam para a Ucrânia”. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o seu homólogo russo de querer “transferir a culpa” para o seu país.
Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que o EI tem “responsabilidade exclusiva” pelo massacre e que não houve “envolvimento ucraniano”. Este ataque é o mais mortal na Rússia nas últimas duas décadas.
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