Amazonas
Covid-19: Secretária Mayra Pinheiro disse que UBS em Manaus estavam fechadas no pico da segunda onda
“Unidades (Básicas de Saúde – UBS) estavam fechadas enquanto a população morria”, disse a secretária em depoimento CPI da Pandemia
Ao prestar depoimento na CPI da Pandemia, no Senado Federal, Mayra Pinheiro, secretária de Gestão e Trabalho do Ministério da Saúde, que a situação da rede pública de saúde na capital amazonense era de caos e de desassistência no pico da segunda onda da Covid-19, em janeiro deste ano.
Mayra informou que das mais de 100 UBS de Manaus apenas 18 foram reservadas para atendimento de pacientes de Covid-19. “Encontramos Unidades Básicas de Saúde fechadas, sem médicos e sem medicamentos como dipirona e paracetamol. A gente não tinha um controle de crise, não havia planejamento estratégico, não tínhamos triagem. A secretaria (de Saúde) informou que tínhamos dois mil testes de RTC-PCR reprimidos”, disse Mayra.
Mayra Pinheiro disse que um relatório produzido e entregue às autoridades federais sobre a crise de saúde pública em Manaus e que chegou a encontrar unidades trancadas no cadeado.
“O cenário que eu posso dizer, hoje, o senhor está presente no relatório que foi encaminhado era de caos nós encontramos unidades fechadas. Literalmente com cadeado e corrente. Nós encontramos unidades que não estavam atendendo, que não tinham médicos unidades, que não tinham medicamentos em suas farmácias básicas, nós não encontramos triagem organizada para Covid-19 que é uma recomendação do Ministério da Saúde, desde o início da doença nós produzimos diversos manuais para atenção primária para organizar a triagem”, revelou Mayara.
Mayara revelou também que em 30 anos de experiência na área da medicina, jamais tinha presenciado cena vivenciada no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. “E, aí, eu tive a oportunidade de visitar os hospitais de Manaus que eu me deparei com a situação de total colapso. Eu passei por cenas que em 30 anos mesmo trabalhando em condições de UTI, as famílias dos pacientes agarraram nas minhas pernas pedindo socorro, os profissionais de dentro da unidade estavam supersaturados, que eles estavam atendendo muito além da capacidade”, declarou a secretária Mayra.
A secretária afirmou que não houve percepção de que faltaria oxigênio em Manaus e não tratou diretamente do problema. “Tínhamos informações de que a secretaria enviou ofício ao ministro (da Saúde, Eduardo Pazuello) sobre a falta de oxigênio”, disse.
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