Economia
IBGE: Comércio varejista tem queda de 10,7% no Amazonas, em agosto, comparado com ano anterior
No país, volume de vendas do comércio varejista recuou 3,1% em agosto, na comparação com o mês anterior (2,7%).
O comércio varejista ampliado no Amazonas que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, registrou queda nas vendas de 10,7% no mês de agosto deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (6) pelo IBGE.
Além do Amazonas, os resultados negativos predominaram em 14 das 27 Unidades da Federação incluídas na pesquisa, com destaque para Amapá (-14,3%) e Maranhão (-9,1%).
No país, volume de vendas do comércio varejista recuou 3,1% em agosto, na comparação com o mês anterior (2,7%). Mais da metade das atividades caíram no período. No ano, o varejo acumula alta de 5,1% e nos últimos doze meses, crescimento de 5,0%.
Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento.
“Foi um setor que sofreu bastante no início da pandemia, mas se reinventou com a reformulação das suas estratégias de vendas pela internet. Isso culminou com crescimentos expressivos, principalmente em julho (19,1%) com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16,0%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).
“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%. Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, acrescenta Cristiano Santos.
As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve variação positiva de 0,7%, enquanto material de construção variou negativamente (-1,3%).
Varejo tem primeira taxa negativa interanual desde fevereiro
Em um ano, na comparação com agosto de 2020, o comércio varejista teve queda 4,1%, depois de cinco taxas positivas consecutivas. Esse resultado veio dos recuos nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-19,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,1%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,7%).
Por outro lado, outras quatro atividades tiveram aumento no indicador interanual: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,3%), tecidos, vestuário e calçados (1,0%) e combustíveis e lubrificantes (0,4%).
O comércio varejista ampliado ficou estável (0,0%), frente a agosto do ano passado, registrando alta de 16,8% na atividade de veículos e motos, partes e peças e queda de 7,1% no setor de material de construção.
“Essa é a primeira taxa interanual negativa desde fevereiro. As cinco taxas positivas anteriores refletiam a base muito baixa de comparação daquele momento de 2020”, observa Cristiano Santos. “Apesar do recuo em agosto, o varejo está 2,2% acima do período pré-pandemia. Esse nível, porém, não é homogêneo entre os setores. Há atividades que ainda não recuperaram as perdas, como material para escritório, informática e comunicação; combustíveis e lubrificantes e tecidos; e vestuário e calçados”, acrescentou.
Vendas do setor recuam em 24 unidades da federação
O comércio varejista teve resultados negativos em 24 das 27 unidades da federação em agosto frente ao mesmo mês do ano passado, com destaques para Rondônia (-19,7%), Paraná (-11,0%), Mato Grosso (-10,9%), Acre (-10,2%) e Santa Catarina (10,1%). Os três estados que ficaram no campo positivo foram Ceará (2,0%), Maranhão (1,0%) e Roraima (0,3%).
Já no comércio varejista ampliado, a variação negativa foi seguida por 14 das 27 unidades da federação, sendo as principais Amazonas (-10,7), Amapá (-9,2%), Paraná (-9,0%) e Rondônia (-7,4%). Por outro lado, registraram as principais altas o Pará (1,3%), Ceará (1,1%) e Sergipe (1,1%). O Alagoas ficou estável (0,0%).
Mais sobre a pesquisa
A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Iniciada em 1995, a PMC traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado para o Brasil e unidades da federação. A técnica de coleta é o questionário eletrônico autopreenchido (CASI) e a entrevista pessoal com questionário em papel (PAPI). Os resultados podem ser consultados no Sidra.
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