Economia
Vendas no varejo do Brasil recuam pela 3ª vez em agosto e tem nível mais baixo do ano, diz IBGE
Apesar do volume de vendas estar 1,1% acima do pré-pandemia, o resultado de agosto posiciona o comércio no menor patamar do ano de 2022.
As vendas do comércio brasileiro recuaram 0,1% em agosto, o que configura estabilidade em relação ao mês anterior. Ainda assim, este é o terceiro mês consecutivo de taxa no campo negativo, período em que acumulou perda de 2,5%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados nesta sexta-feira (dia 7) pelo IBGE.
Apesar do volume de vendas estar 1,1% acima do pré-pandemia, o resultado de agosto posiciona o comércio no menor patamar do ano de 2022, de acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Ele explica que as atividades de hipermercados — que subiram 0,2% — e produtos farmacêuticos — que caíram 0,3% — funcionaram como espécie de âncora para o desempenho geral.
— Ficou muito clara a participação da atividade de hiper e supermercados como fator âncora, segurando a variação muito próxima ao zero. A atividade pesa cerca de 50% no índice global. Artigos farmacêuticos também contribuiu em termos de peso para essa ancoragem — explica o pesquisador.
Das oito atividades pesquisas, cinco estavam no campo positivo. O setor de vestuário e calçados avançou 13,%, seguido de combustíveis e lubrificantes (3,6%), papelaria (2,1%), móveis e eletrodomésticos (1,0%) e supermercados (0,2%).
Já o volume de vendas de equipamentos e material para escritório caiu 1,4%, enquanto artigos de uso pessoal recuaram 1,2% e artigos farmacêuticos caíram 0,3%.
Perspectivas
Economistas avaliam que o comércio varejista pode se beneficiar da Copa do Mundo, que acontece no Catar a partir de novembro. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Copa do Mundo de 2022 deve movimentar R$ 1,48 bilhões no varejo brasileiro.
A melhora do mercado de trabalho em conjunto com estímulos fiscais do governo, como o aumento do Auxílio Brasil, também ajudam no desempenho. Mas a expectativa de é de um “otimismo moderado” com o desempenho até o fim de ano. Isso porque o nível de endividamento das famílias está elevado em meio a uma taxa de juros em 13,75% ao ano reduz a demanda pelos bens mais sensíveis ao crédito.
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE subiu 2,4 pontos em setembro, ao passar de 99,4 para 101,8 pontos. Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, essa melhora está relacionada com a recuperação da confiança do consumidor nos últimos meses, do mercado de trabalho, desaceleração da inflação, além de algumas medidas de estímulos do governo.
— A continuidade dessa trajetória positiva ainda é incerta no médio-longo prazo porque depende também da continuidade de melhora do ambiente macroeconômico — pondera Tobler.
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