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Economia

Só Norte e Nordeste tiveram queda no número de 1% mais rico em 2018, diz IBGE

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, divulgada divulgada hoje, mostra que Norte e Nordeste tiveram o rendimento médio mensal real domiciliar per capita: R$ 886 e R$ 815.

As regiões Norte e Nordeste foram as únicas que tiveram queda naqueles do 1% mais rico, de 2017 para 2018. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) Rendimento de Todas as Fontes 2018, divulgada, hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Região Norte tem 8,6% da população do país.

“Então, esse recuo está mais relacionado à queda dos rendimentos de extratos mais ricos”, disse a analista da Coordenadoria de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy. O rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira atingiu, em 2018, o equivalente a 33,8 vezes o ganho obtido pelos 50% mais pobres.

Do total de residentes, 128,3 milhões tinham algum tipo de rendimento em 2018, o que representou 61,7%. O maior percentual ficou na região Sul (66,9%), se mantendo na frente durante seis anos. Os menores foram no Norte (53,8%) e no Nordeste (57,7%).

No topo, o rendimento médio de R$ 27.744; na metade mais pobre, de R$ 820. A diferença entre os rendimentos obtidos pelo 1% mais rico e dos 50% mais pobres no ano passado é recorde na série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. A desigualdade aumentou porque o rendimento real da metade mais pobre caiu ou subiu bem menos do que o dos mais ricos, sobretudo nos últimos anos. De 2017 para 2018, por exemplo, o ganho dos 10% mais pobres caiu 3,2% (para R$ 153 em mé enquanto o do 1% mais rico aumento 8,4% (para R$ 27.774).

Índice de Gini

As Regiões Sul (0,448) e Centro-Oeste (0,486) apresentaram os menores índices de Gini e, no Nordeste, ele alcançou 0,520. De 2017 para 2018, no Norte, Sudeste e Sul esse indicador subiu, enquanto no Nordeste e Centro-Oeste houve retração. De 2015 a 2018, a trajetória ascendente do indicador foi mais acentuada no Norte (de 0,490 para 0,517) e no Sudeste (de 0,483 para 0,508).
O índice de Gini é um indicador que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica e varia de 0 (perfeita igualdade) até 1 (máxima concentração e desigualdade). Quando calculado para o rendimento médio mensal recebido de todos os trabalhos, ele foi de 0,509 em 2018. O índice tinha caído entre 2012 (0,508) e 2015 (0,494).

Entre as regiões, o Sudeste apresentou a maior massa de rendimento do país (R$ 143,7 bilhões), sendo este valor superior à soma das demais massas de rendimento regionais. As Regiões Norte (R$ 15,8 bilhões) e Centro-Oeste (R$ 24,4 bilhões) foram responsáveis pelo equivalente a 11,0% e 17,0%, respectivamente, da Região Sudeste.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.337, em 2018 e R$ 1.285, em 2017. As Regiões Norte e Nordeste apresentaram os menores valores (R$ 886 e R$ 815), e a Região Sudeste, o maior (R$ 1.639).

O rendimento proveniente de aposentadoria ou pensão também apresentou diferenças regionais importantes: na Região Norte, a participação foi de 17,0%.

Entre as Grandes Regiões, o rendimento médio mensal real de todas as fontes apresentou variações: o Sudeste registrou o maior valor (R$ 2.563), seguida pelo Centro-Oeste (R$ 2.440) e Sul (R$ 2.401), enquanto o menor foi verificado no Nordeste (R$ 1.412). De 2017 para 2018, o Nordeste foi a única região a ter variação negativa do rendimento e o Norte teve a maior expansão (7,8%). Frente a 2012, enquanto o rendimento médio de todas as fontes teve aumento de 4,5% no país, no Sudeste o avanço foi de 6,2%.

Entre as Grandes Regiões, o Nordeste (R$ 1.497) e Norte (R$ 1.735) registraram os menores valores para o rendimento habitual do trabalho, enquanto os maiores ficaram com Sudeste (R$ 2.572), Centro-Oeste (R$ 2.480) e Sul (R$ 2.428). Em relação a 2017, o Nordeste apresentou variação de -1,3%, enquanto que as demais regiões tiveram crescimento, com destaque para Norte (5,6%) e Sudeste (3,8%). Na comparação com 2012, Norte e Centro-Oeste não apresentaram crescimento da estimativa; enquanto Nordeste (5,0%) e Sudeste (6,1%) tiveram aumento acima na média nacional (4,7%).

Entre as Grandes Regiões, os percentuais de pessoas que recebiam outros rendimentos (seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança etc.) se destacavam no Norte (10,2%) e Nordeste (12,2%), acima da média nacional (7,7%).

No Brasil, 13,7% dos domicílios particulares permanentes recebiam, em 2018, dinheiro referente ao Programa Bolsa Família. Esta proporção foi de 15,9% em 2012. Nas Regiões Norte e Nordeste, 25,4% e 28,2% dos domicílios recebiam este benefício, em 2018.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS) era recebido por 3,6% dos domicílios do país em 2018, 1 ponto percentual acima da proporção observada em 2012. As Regiões Norte e Nordeste novamente apresentaram os maiores percentuais (5,7% e 5,4%, respectivamente).


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