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Economia

Com carne mais cara, inflação acelera e é a maior para novembro em 4 anos

Preço das carnes aumentou 8,09% no mês. Em 12 meses, IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda abaixo da meta de inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,51% em novembro, depois de ter ficado em 0,10% em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%”, informou o IBGE. Em novembro de 2018, houve deflação de 0,21%.

A alta no mês foi puxada pela aceleração dos preços do grupo “Alimentação e bebidas” (0,72%), impactado principalmente pelo aumento do preço das carnes (8,09%), que exerceram o maior impacto na taxa de inflação do mês. O item representou, sozinho, 0,22 ponto percentual (quase metade) do IPCA de novembro.

A disparada do preço das carnes decorre principalmente da maior demanda da China e da desvalorização do real frente ao dólar. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

No acumulado no ano, a alta no preço das carnes chega a 12,15%. Em 12 meses, o avanço é de 14,43% – mais de 4 vezes maior que a inflação oficial do mês.

Acumulado

Com o resultado de novembro, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,12% no ano. Em 12 meses, o IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas permanecendo abaixo da meta definida pelo governo para o ano (4,5%), o que sustenta as apostas de um novo corte neste mês na taxa básica de juros, atualmente em 5% ao ano.

Apesar da aceleração dos preços neste final de ano, a inflação segue comportada e em patamar baixo, favorecida pelo ritmo de recuperação ainda fraco da economia, desemprego elevado e demanda fraca.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior alta foi em em despesas pessoais, influenciado pela alta no item jogos de azar (24,35%), em razão dos reajustes nos preços das loterias federais.

Veja a inflação de novembro por grupos e o impacto de cada um no índice geral:

Alimentação e Bebidas: 0,72% (0,18 ponto percentual)
Habitação: 0,71% (0,11 p.p.)
Artigos de Residência: -0,36% (-0,01 p.p.)
Vestuário: 0,35% (0,02 p.p.)
Transportes: 0,30% (0,05 p.p.)
Saúde e Cuidados Pessoais: 0,21% (0,03 p.p.)
Despesas Pessoais: 1,24% (0,13 p.p.)
Educação: 0,08% (0 p.p.)
Comunicação: -0,02% (0 p.p.)


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