Economia
Setor de serviços e varejo devem abrir 105 mil vagas de emprego para atender demanda de final do ano
Levantamento mostrou que 69% dos empresários pretendem contratar colaboradores para suprir aumento de demanda. Número é próximo ao período pré-pandemia.
Faltando apenas três meses para o início das comemorações de fim de ano, os setores varejista e de serviços já vêm se preparando para o principal período de vendas com a contratação de novos profissionais. O avanço da vacinação, o pleno funcionamento do comércio e a retomada dos serviços trazem esperança para empresários e desempregados, que sonham com uma oportunidade de trabalho.
Uma pesquisa realizada em todas as regiões do país pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, estima que aproximadamente 105 mil vagas serão abertas no país até dezembro, número próximo ao de 2019, período pré-pandemia.
De acordo com o levantamento, 69% dos empresários que pretendem contratar funcionários afirmam querer suprir a demanda que normalmente aumenta nesse período, uma redução de 19 pontos percentuais em relação a 2019, enquanto 14% preferem investir na qualidade dos serviços.
“Antecipar-se às comemorações com novas contratações é um sinal de confiança na retomada das vendas, uma vez que após o auge da pandemia inúmeras empresas tiveram que dispensar seus colaboradores para reduzir seus custos, analisa o presidente da CNDL, José César da Costa. “Apesar de cauteloso, o empresário sabe que o final do ano é sempre um momento de aumento nas vendas e as empresas precisam estar preparadas para essa demanda”, afirma José César.
De acordo com os empresários que não pretendem contratar, os principais motivos são: não acreditam que haverá um aumento significativo da demanda que justifique as contratações (40%); não possuem verba para contratações (25%); os encargos trabalhistas são muito altos (15%); e estão inseguros pelo histórico de vendas deste ano não ter sido bom, inclusive nas datas comemorativas (13%).
Comparando com a pesquisa realizada em 2019, o estudo registou que houve aumento de 12 pontos percentuais das empresas que não possuem verba para contratações. “O setor ainda se recupera de uma crise sanitária que impediu o funcionamento de lojas e trouxe forte impacto nas vendas. Apesar da recuperação do setor vista no primeiro semestre do ano, o empresário ainda está endividado, inseguro e cauteloso”, destaca Costa.
Maioria dos empresários planeja contratações temporárias, sem carteira assinada
Considerando os empresários que já contrataram ou irão contratar funcionários para o fim do ano, a pesquisa mostra que pouco mais da metade (52%) pretende contratar mão de obra temporária, percentual que é igual ao de 2019 (52%). A inclinação para contratações por tempo determinado é significativamente maior entre os empresários do comércio varejista (63%) do que do setor de serviços (41%).
A maior parte dos empresários que recorrerão a contratações temporárias (60%) não pretende contratar mais do que um ou dois funcionários para as vendas de fim de anos, sendo a minoria (15%) os que planejam empregar três ou mais funcionários. A média de contratações por empresa será de dois colaboradores e o tempo médio de contratação de três meses.
Considerando a forma da contratação, 57% abrirão vagas informais, 47% registrados em carteira de trabalho e 18% recorrerão à mão de obra terceirizada. Em média, o número total de profissionais temporários será de dois colaboradores.
“As contratações de fim de ano representam uma oportunidade importante devido ao grande número de desempregados. Mesmo no caso das contratações temporárias, sempre existe a possibilidade da contratação se tornar efetiva, principalmente se as expectativas de crescimento para as vendas se confirmarem, ou e se o profissional demonstrar afinco e dedicação no exercício do trabalho”, diz o presidente da CNDL.
Perfil do profissional desejado: jovem com ensino médio. Remuneração média deve ser de 1,3 salários mínimos
No que tange ao perfil dos funcionários já contratados ou que ainda serão contratados, as mulheres são preferidas (33%) em relação aos homens (24%), embora a maioria (41%) afirme não se importar com o sexo dos funcionários. Mais da metade das empresas (59%) prefere jovens de 18 a 34 anos – sendo a faixa etária média de 28 anos – e que tenham ao menos o nível médio completo (56%).
A expectativa média de salário é de R$ 1.463. Quanto a jornada de trabalho, a maioria (66%) ofertará vagas de 6h a 8h diárias.
Embora uma parte do empresariado já tenha iniciado as contratações em agosto (11%) ou queiram começar em setembro (10%), os meses mais movimentados serão outubro (25%) e novembro (25%). Os percentuais se referem aos empresários que pretendem ou já contrataram mão de obra para o fim de ano.
Há uma grande variedade de cargos e funções, porém as mais demandadas pelas empresas serão: vendedor (29%), ajudante (23%) e balconistas (14%).
As informações são de O Dia.
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