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Economia

Setor de serviços cresce 10,9% em 2021 e supera perdas do período mais crítico da pandemia

O resultado veio acima das expectativas: era esperada uma alta de 0,9% para dezembro e um crescimento de 9,1% na comparação anual.

Padaria Santa Tereza, a mais antiga de São Paulo, localizada na praça Doutor João Mendes.

O setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB nacional, encerrou o ano de 2021 com crescimento de 10,9%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira,10/2, pelo IBGE.

O desempenho indica uma recuperação do setor, que chegou a registrar a maior queda da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, ao despencar 7,8% em 2020.

O resultado veio acima do esperado. Segundo mediana dos analistas ouvidos pela Reuters, era esperado uma alta de 0,9% para dezembro e um crescimento de 9,1% na comparação anual.

Com o resultado, a atividade superou as perdas do período mais crítico da pandemia e encontra-se 6,6% acima do nível de fevereiro de 2020. O setor também alcançou seu maior o patamar desde agosto de 2015, ficando apenas 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, destacou que o setor de serviços foi o mais impactado pela pandemia por conta do caráter presencial de boa parte das atividades investigadas, como transportes de passageiros e atividades vinculadas ao turismo.

Enquanto a indústria e o comércio conseguiram apresentar recuperação no primeiro ano da pandemia, em 2020, os serviços só alcançaram taxa positiva na comparação interanual em 2021.

— Havia um ‘delay’ para serviços e isso confere uma escala maior para o crescimento (em 2021) — diz Lobo.

As atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). As duas atividades superaram as quedas registradas em 2020.

Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); serviços prestados às famílias (18,2%); e outros serviços (5,0%).

No segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares e serviços prestados às famílias, o crescimento de 2021 não foi suficiente para compensar as perdas de 2020. Já a atividade de outros serviços vem registrando aumento desde 2018, tendo crescido 6,8% em 2020.

Perspectivas

Apesar da recuperação registrada em 2021, economistas avaliam que o setor tende a perder dinamismo em razão da queda na renda, avanço da inflação e do desemprego ainda elevado.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, caiu 4,3 pontos em janeiro, para 91,2 pontos. É o menor nível deste maio de 2021, quando chegou a 88,1 pontos.

Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, destacou que o resultado negativo desse mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia.

“Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto esses fatores persistirem vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, avaliou Tobler, em comentário.

A informação é do jornal O Globo.


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