Economia
Retiradas da poupança chegam a R$ 87,8 bilhões e ultrapassam depósitos em 2023, diz BC
Pelo terceiro ano consecutivo, brasileiro tirou mais dinheiro da poupança do que depositou
A caderneta de poupança perdeu cerca de R$ 87,8 bilhões no ano de 2023, informou o Banco Central do Brasil nesta segunda-feira. A retirada líquida (quando os saques são superiores aos depósitos) foi a segunda maior da séria histórica iniciada em 1995.
Foi o terceiro ano consecutivo em que o brasileiro tirou mais dinheiro da poupança do que depositou. No ano de 2022, a retirada líquida foi de R$ 103,2 bilhões. Em 2021, os saques foram maiores que os depósitos em R$ 35,4 bilhões.
A fuga de recursos da poupança acompanha os ciclos econômicos, como a redução do poder de compra com a inflação.
O nível de preços está em 4,68% e, em 2022, teve o pico de 12,13% no mês de abril. Com menos recursos no bolso, há maior tendência para a retirada de dinheiro da tradicional poupança.
O alto endividamento das famílias e maior acesso a investimentos mais rentáveis, como os títulos do Tesouro Direto, são outros fatores que explicam essa saída recorde de recursos nos últimos dois anos.
O endividamento das famílias, até outubro do ano passado, estava em 47,6%, considerando apenas o levantamento do Banco Central com o setor financeiro. Já em novembro, dados do Serasa apontam para 71,81 milhões de brasileiros em situação de inadimplência.
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