Economia
Renegociação de dívidas do Desenrola Brasil atinge a marca de R$ 50 bilhões
Para cada R$ 1 investido no programa foram negociados R$ 25, segundo o Ministério da Fazenda
O Desenrola Brasil atingiu a marca R$ 50 bilhões já renegociados por pessoas físicas endividadas, segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto. A informação foi divulgada nesta terça-feira (dia 7).
De acordo com ele, o governo investiu menos de R$ 2 bilhões no programa de renegociação de dívidas. Além disso, destinou R$ 8 bilhões para garantir eventuais inadimplências nas operações. Esse valor é do Fundo Garantidor de Operações (FGO).
— Renegociamos R$ 50 bilhões em dívidas, beneficiando 15 milhões de pessoas e gastamos menos de R$ 2 bilhões. Para cada 1 real investido no Desenrola, negociamos R$ 25 — disse Pinto, em evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
No total, 654 empresas com dívidas a receber entraram no programa. A média geral de desconto é de 83% sobre o valor dos débitos.
As dívidas estão sendo negociadas com bancos, varejistas, companhias de água e saneamento, além de distribuidoras de energia, por exemplo. O prazo para quem deseja renegociar o que deve terminará no fim de maio.
O número de R$ 50 bilhões está em linha com a expectativa inicial do Executivo, com o lançamento do programa em julho de 2023. A equipe econômica estava também estimando que poderia atingir mais de 30 milhões de pessoas.
As dívidas renegociadas poderão ser parceladas em até 60 vezes, com parcela mínima de R$ 50 e juros de até 1,99% ao mês.
Em março, o governo prorrogou pela segunda vez a vigência do programa. O novo prazo vai até o dia 20 de maio.
Reforma Tributária
Marcos Pinto citou o Desenrola Brasil como uma das medidas que o governo tem feito para atacar a inadimplência e, assim, o custo de crédito no país. O secretário ainda destacou no evento a inovação proposta na regulamentação da reforma tributária, que vai permitir que as empresas acumulem crédito tributário sobre o spread pago em empréstimos bancários. O spread é a diferença entre a taxa de juros que o banco cobra dos clientes e a Selic — os juros básicos da economia.
— As empresas que pagam alto custo de spread poderão deduzir do IVA que vão pagar o imposto que foi pago pelos bancos na fase anterior sobre o spread bancário – disse ele: — Acho que vai fazer grande diferença para o setor produtivo. Aumenta a produtividade e a eficiência.
Segundo Marcos Pinto, o custo médio de todos os empréstimos no país é de 30%, sendo que só um terço é explicado pela Selic, contra 5,8% da média do spread global.
— Temos total condição nessa média mundial.
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