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Economia

Região Norte deve ter a maior alta no consumo de energia por causa do calor, aponta Aneeel

Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), na comparação entre janeiro e agosto deste ano com igual período do ano passado, houve crescimento de 11% na venda de ar-condicionado.

A onda de calor já se reflete no consumo de eletricidade do país, impulsionado pelo maior uso do ar-condicionado. A projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para o mês de setembro é de crescimento de 5,8%, com altas em todas as regiões, mas principalmente no Norte (10,6%) e no Sudeste e Centro-Oeste (6,1%). Com as altas temperaturas, o consumidor foi às compras.

Segundo Edvaldo Santana, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está ocorrendo forte aumento do consumo de energia a partir das 11h da manhã.

— O consumo está aumentando por conta do calor, com maior uso de ar-condicionado e refrigeração. Sobe a partir das 11h porque a temperatura começa a subir, e os consumidores ligam o ar-condicionado. Estamos notando um aumento nessa faixa de horário ao longo de toda a semana — afirmou, lembrando que o horário de pico continua o mesmo, entre 17h e 18h, quando o consumo tem ficado na faixa de 87 a 88 gigawatts.

O consumo de energia no fim do inverno chegou a 90,959 gigawatts na última terça-feira, o maior patamar desde 14 de fevereiro, ainda no verão, quando alcançou 97,3 gigawatts.

Com o nível dos reservatórios no maior patamar em 20 anos, especialistas descartam o risco de faltar energia com a maior demanda por causa do calor.

— O calor não é um desafio para o setor elétrico. O que pode ocorrer são eventos externos, como queimadas, que podem afetar as linhas de transmissão. Mas hoje estamos com excesso de geração e não há problemas com transmissão — afirmou Roberto Brandão, pesquisador sênior do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ.

Ar-condicionado

As temperaturas mais altas foram um sinal de alento para a indústria. No ano passado, houve queda de 25% na demanda por ar-condicionado. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), na comparação entre janeiro e agosto deste ano com igual período do ano passado, houve crescimento de 11%. Em relação aos ventiladores de mesa, houve aumento de 34%.

Jorge Nascimento, presidente da Eletros, afirma que a alta nas vendas do varejo neste mês tem relação com a produção das fábricas de dois meses atrás:

— Nesse negócio de ar-condicionado a gente acompanha o clima e as temperaturas. Em maio, quando foi anunciado que teríamos um super El Niño, identificamos que a demanda seria grande, informamos a equipe de varejo. Eles estão estocados com quantidade suficiente para a demanda que vem com o calor.

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Vendas maiores no Natal
Para os próximos meses, o presidente da Eletros prevê que, caso o calor continue, deve impulsionar as vendas de Black Friday e Natal. E o setor pode crescer 5% em relação ao ano anterior.

— Naturalmente, de setembro a fevereiro é a sazonalidade do ar-condicionado por causa do verão. E se a temperatura se mantiver elevada, temos a expectativa de fechar 2023 com números melhores que em 2022, que foi o pior ano da história. As fábricas estão trabalhando com a possibilidade de as temperaturas continuarem altas nos próximos meses para atender o mercado — afirmou.


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