Economia
Quase metade dos MEIs registrados em 2014 não estão mais em atividade, revela IBGE
Taxa de sobrevivência é ainda menor para parcela de empreendedores mais jovens
Os microempreendedores individuais (MEIs) enfrentam uma realidade de obstáculos no mercado brasileiro, é o que aponta pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4).
A pesquisa “Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais” mostra que a taxa de sobrevivência de 5 anos para MEIs registrados em 2014 é de 51,6%.
Os dados são baseados no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), que corresponde às empresas e organizações ativas no Brasil.
Apesar de a quantidade de MEIs registrados ter crescido em cerca de 3,6 milhões de 2019 a 2021, a pesquisa também indica que o mercado tem apresentado obstáculos para os microempreendedores.
Para o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, o número revela que o cenário para os MEIs é desafiador.
“As empresas menores enfrentam mais desafios. No caso dos MEIs, [eles têm de enfrentar] dificuldades de acesso aos mercados, receita reduzida e principalmente acesso a mecanismos de crédito”, explica o analista do IBGE.
A pesquisa do IBGE aponta também que quanto mais jovem o empreendedor, mais dificultosa será sua sobrevivência no mercado.
Após o 5º ano de funcionamento, sobreviveram apenas 153.549 dos 371.544 MEIs registrados por pessoas de até 29 anos, ou seja, a taxa foi de 41,3%.
Enquanto isso, 61,2% dos microempreendedores na faixa dos 40 aos 49 anos conseguiram se manter em atividade.
Por área, os segmentos que registraram melhores taxas de sobrevivência foram a Construção (55,8%), seguida de Indústria geral (54,4%).
Outro dado indicado pelo levantamento é que 38% dos MEIs exercem atividade diretamente da própria moradia.
Experiência no mercado de trabalho
De acordo com a pesquisa do IBGE, 70% dos MEIs (9,2 milhões) tinham vínculo formal de trabalho entre 2009 e 2021. Desses, a grande maioria (95,4%) já trabalhava anteriormente ao registro como MEI.
Do total, 2 milhões (14,9%) possuíam em 2021 algum vínculo empregatício formal concomitantemente à atividade como MEI.
Perfil
O IBGE traçou um perfil dessa experiência prévia de trabalho a partir do panorama dos MEIs vinculados em 2021.
No ano de referência, foram realizados 2.895.034 registros. Destes, 76,1% (2.203.747) tinham vínculo prévio, ou seja, trabalharam em algum momento antes do registro como MEI em 2021.
A maior parte desse grupo, antes de registrar-se como microempreendedor individual, passou por um período de interstício. Ou seja, ficaram afastados do mercado de trabalho. A média do período de interstício foi de 2,3 anos.
Sobre os que possuíam experiência prévia, as faixas mais expressivas são as com maior experiência, sendo a das pessoas que trabalharam de 5 a 10 anos no mercado de trabalho formal a maior (25,2%).
Empreendedores que atuaram de 10 a 13 anos antes de registrar o MEI vem logo em seguida com 8,1%.
O IBGE ainda aponta que a causa do desprendimento ao mercado de trabalho formal pode ter vindo por duas razões principais que viriam a causar o desligamento dessas pessoas. Do total, 63,1% foram desligados de suas empresas.
As principais causas foram desligamentos por parte do empregador (62,2% dos casos), o que pode se relacionar com o desempenho do empreendimento; e rescisões por parte do empregado (22,6%), que pode se relacionar com a identificação de oportunidade do empreendedor, como também da sua necessidade de empreender.
As informações são da CNN.
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