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Economia

Preço do botijão de gás tem alta de quase 50% em dois anos e compromete 8,4% do salário mínimo

Os dados são da CCN baseados em uma pesquisa junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Política de preço da Petrobras é apontada como o principal motivo para a disparada no preço. (Foto:Marcello casal_Agb)

O preço do gás de 13 kg de GLP no Brasil saltou de R$ 69,74 em janeiro de 2020 para R$ 102,40 no primeiro mês de 2022. Trata-se de uma alta aproximada de 50% no custo do produto ao consumidor em apenas dois anos. A informação é da CNN Brasil.

A reportagem utilizou como base os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço do GLP é composto por tributos estaduais, federais, custo de distribuição e a margem cobrada pela Petrobras.

Em cálculo realizado a pedido da CNN, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio, aponta que o valor do botijão de gás representa atualmente 8,4% do salário mínimo brasileiro, que foi reajustado para R$ 1.212,00 em 2022 pelo governo federal.

O economista também enumerou os fatores econômicos que causaram o aumento no custo do produto ao longo dos últimos dois anos. No entanto, ele destacou a política de preço da Petrobras como o principal motivo para a disparada no preço.

Em 2020, o valor arrecadado pela estatal era de R$ 27,79 por botijão. Dois anos depois, o montante arrecadado pela companhia é de R$ 50,87 – um aumento de 83%. Procurada pela CNN, a companhia petrolífera ainda não se pronunciou.

“Os principais componentes que explicam esse aumento é o custo do petróleo no mercado internacional, dólar valorizado e frete do petróleo até as refinarias. Mas o destaque fica para o custo do insumo no mercado exterior, que faz com que a Petrobras cobre um valor muito alta pelo produto. Dessa forma, os aumentos acabam sendo repassados pela companhia com efeito em todo mercado nacional”, disse o professor da FGV.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9), apontou uma queda de 0,73% na incidência da inflação no gás de botijão em janeiro, após 19 meses de alta.

Apesar disso, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, acredita em uma estabilidade no preço do GLP. Para ele, não deve haver uma queda nos valores para o consumidor ao longo dos próximos meses.

“A pressão sobre os preços do GLP tem sido alta nos últimos dois anos. Sempre preço em ascensão. Eu não chamo o dado do IBGE de queda, é no máximo uma estabilização. E, por fim, vamos destacar que o GLP é um produto essencial, não é algo que as pessoas podem deixar de comprar, está muito caro”, afirmou o presidente da Sindigás.


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