Conecte-se conosco

Economia

Pesquisa diz que Brasil é um dos piores países para se aposentar; só perde para a Índia

Pesquisa, que avaliou 44 nações, considerou saúde, finanças, qualidade de vida e bem-estar.

O Brasil ocupa a penúltima colocação (43º), ficando à frente somente da Índia, no ranking que classifica os melhores países para se aposentar com qualidade. A conclusão é de um estudo realizado em setembro em 44 países pela empresa global de gestão de ativo Natixix Investment Managers. A pesquisa considerou saúde, finanças, qualidade de vida e bem-estar como os principais pontos para definir onde o aposentado vive melhor.

Ainda segundo o levantamento, a inflação — que apresentou fortes altas nos preços de energia, combustíveis, alimentos e moradia — corroeu o poder de compra em todo o mundo e, com isso, 2022 se tornou “um dos piores anos da história recente” para quem planejava ter qualidade de vida. Na realidade brasileira, os aposentados sofreram principalmente no quesito bem-estar econômico. O Brasil também ocupa o primeiro lugar em taxas de juros e o quinto em dependência dos aposentados de serviços públicos na velhice.

Entre os países que lideram o ranking estão a Noruega, Suíça e Islândia. Já na América Latina, três nações aparecem como os melhores colocados. São eles: Chile, México e Colômbia — mas todos apresentam um baixo índice de bem-estar na aposentadoria, abaixo de 40%.

Estudo da Fiocruz comprova que anticoagulante é eficaz contra replicação de vírus da covid-19
Medicamento de uso oral era utilizado para prevenir quadros graves da doença

O Índice Global de Aposentadoria Natixis, que começou a ser feito em 2012, abrange os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e também os que fazem parte dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).

2023 com projeções preocupantes

A posição brasileira no ranking dos melhores países para se aposentar não deve melhorar no ano que vem. Isso porque, segundo a advogada previdenciarista Isabela Marques, em 2023 passam a valer novas regras aprovadas na Reforma da Previdência de 2019.

No próximo ano, conforme prevê a Emenda Constitucional 103, as mulheres terão um acréscimo de seis meses na idade mínima para solicitar o direito ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, a idade mínima para parar de trabalhar passa de 61 anos e seis meses para 62 anos. Outro ponto importante da na nova regra é o tempo de contribuição de 15 anos. Caso a idade mínima seja atingida e o período de contribuição ainda não, o valor recebido será menor que o esperado.

Marques destaca ainda outra alteração que afeta quem já está aposentado: “No caso das antigas aposentadorias por invalidez, o benefício possuía alíquota de 100%. Atualmente, chamadas de aposentadoria por incapacidade permanente, passaram a ser calculadas com a alíquota de 60% sobre a média de contribuições para 15 anos de trabalho para mulheres e 20 anos para os homens. Tendo aumento de somente 2% a cada ano que ultrapassar essas idades”, comenta.

A advogada também destaca uma das principais mudanças da Reforma, na qual o que antes era calculado sobre a média dos 80% maiores salários do segurado, em 2023, será sobre a média de 100% de contribuição. Isso significa, que até os salários pequenos, que antes eram descartados, entrarão na conta do valor do benefício a ser recebido, diminuindo assim, a média final a ser recebida.

Sendo assim, de acordo com Marques, tais mudanças nas regras de aposentadoria, atreladas à instabilidade no mercado de trabalho, causam aos contribuintes mais experientes receio de não conseguirem manter seu padrão de vida, fazendo com que se mantenham no mercado ou retornem a ele.

“As mudanças na regra se somam os juros altos, que apenas reduzem o poder de compra do brasileiro aposentado e encarece tudo ao seu redor. Forçando a muitos aposentados a continuarem na ativa para completar a renda ou criar formas de complementação. Com isso, as desvantagens do Brasil sobre os melhores países para se aposentar só aumentam e tornam ainda maior a lacuna de ações a serem feitas para dar mais dignidade ao brasileiro aposentado”, finaliza.

CONFIRA A POSIÇÃO DOS PAÍSES NO RANKING GLOBAL DE APOSENTADORIA:
1 – Noruega
2 – Suíça
3 – Islândia
4 – Irlanda
5 – Austrália
6 – Nova Zelândia
7 – Luxemburgo
8 – Holanda
9 – Dinamarca
10 – República Tcheca
11 – Alemanha
12 – Finlândia
13 – Suécia
14 – Áustria
15 – Canadá
16 – Israel
17 – Coreia do Sul
18 – Estados Unidos
19 – Reino Unido
20 – Bélgica
21 – Eslovênia
22 – Japão
23 – Malta
24 – França
25 – Estônia
26 – Polônia
27 – Cingapura
28 – Portugal
29 – Chipre
30 – Eslováquia
31 – Itália
32 – Hungria
33 – Lituânia
34 – Chile
35 – Letônia
36 – México
37 – Rússia
38 – Espanha
39 – China
40 – Grécia
41 – Turquia
42 – Colômbia
43 – Brasil
44 – Índia


Clique para comentar

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dois − 2 =