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Economia

Perda do poder aquisitivo: produtos deixados no caixa dos mercados saltam 63% em um ano

Na hora de pagar as compras, brasileiros abandonaram mais de 285 mil itens entre julho e setembro deste ano, segundo levantamento.

Apesar da deflação nos últimos meses, o alívio não chegou aos alimentos, e ir ao supermercado está quase 10% mais caro do que no início do ano. A perda do poder de compra fica evidente nos carrinhos, cada vez mais vazios. A informação é do jornal O Globo.

A quantidade de produtos deixados pelos consumidores na boca do caixa saltou 63,32% no terceiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com pesquisa realizada pela Nextop, a pedido do GLOBO, foram mais de 285 mil itens abandonados de julho a setembro deste ano, ante pouco mais de 174 mil no mesmo período de 2021. As desistências acontecem principalmente quando os clientes passam os produtos no caixa e, na hora de fechar a compra, percebem que não têm como pagar pelo total de itens escolhidos.

Com o orçamento apertado, a saída encontrada pelas famílias é enxugar as compras e tirar da cesta os itens mais caros, sejam eles supérfluos ou essenciais. Cerveja, leite, bebida láctea, açúcar, óleo, café e arroz são alguns dos itens que mais foram devolvidos pelos consumidores.

— O consumidor está deixando de levar, porque não tem condições. E a inflação tem a ver com isso — diz Juliano Camargo, CEO da Nextop, empresa que atua há 25 anos com soluções de tecnologia de segurança de varejo e prevenção de perdas.

O levantamento foi realizado em 982 supermercados de pequeno e médio portes, que tiveram faturamento de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre.

A alta dos alimentos e a redução do poder de compra estão por trás do abandono dos produtos. O grupo alimentação e bebidas teve inflação de 9,54% no acumulado do ano até setembro, e comer em casa ficou 13,3% mais caro nos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.

Aumentos frequentes

Os preços dos alimentos e das bebidas recuaram 0,5% em setembro pela primeira vez em quase um ano, mas encher o carrinho no supermercado continua desafiador para as famílias, sobretudo as mais pobres. O leite longa vida, visto como um dos vilões para a inflação dos alimentos nos últimos meses, chegou a ter queda de 13% em setembro pelo fator sazonal. Mas ainda acumula alta de 37% em 12 meses.


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