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Economia

Pandemia fecha 522,7 mil empresas do País na 1ª quinzena de junho, informa IBGE

De 1,3 milhão de empresas que encerraram as atividades, 39,4% foram devido os impactos do novo coronavírus, conforme a nova ‘Pesquisa Pulso Empresa’.

A nova ‘Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas’ divulgada, nesta quinta-feira (16), pela Agência IBGE Notícias, informa que entre 1,3 milhão de empresas que na primeira quinzena de junho estavam com atividades encerradas, 39,4% (522,7 mil) apontaram como causa as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. E deste total de 522,7 mil empresas fechadas, 518,4 mil (99,2%) eram de pequeno porte (até 49 empregados), 4,1 mil (0,8%) de porte intermediário (de 50 a 499 empregados) e 110 (0%) de grande porte (mais de 500 empregados).

Esse impacto no encerramento de companhias foi disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas do comércio, 39,4% dos serviços, 37,0% da construção e 35,1% da indústria. Entre 2,7 milhões de empresas em atividade, 70% reportaram que a pandemia teve um impacto geral negativo sobre o negócio e 16,2% declararam que o efeito foi pequeno ou inexistente.

Por outro lado, 13,6% afirmaram que a pandemia trouxe oportunidades e que teve um efeito positivo sobre a empresa. Por segmento, o maior percentual de empresas em que a pandemia da Covid-19 tem tido efeito negativo está no setor de serviços (74,4%), seguido por indústria (72,9%), construção (72,6%) e comércio 65,3%.

“Os dados sinalizam que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, têm baixa produtividade e são intensivos em trabalho, como os serviços prestados às famílias, onde se incluem atividades como as de bares e restaurantes, e hospedagem; além do setor de construção”, explicou Alessandro Pinheiro, Coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE.

As informações da nova ‘Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas’ integram as estatísticas experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Redução nas vendas em 70,9% das pequenas empresas

Para sete em cada dez empresas em atividade, a pandemia implicou diminuição sobre as vendas ou serviços comercializados na primeira quinzena de junho, em relação ao período anterior ao início da pandemia. O impacto foi maior entre as companhias de pequeno porte, com até 49 funcionários, em que 70,9% reportaram redução nas vendas.

Mas também foi percebido por 62,9% das empresas do porte intermediário (entre 50 e 499 pessoas ocupadas) e 58,7% das empresas de maior porte (acima de 499 funcionários). Entre os setores, a redução nas vendas foi maior na construção (73,1%) e nos serviços (71,9%), especialmente os serviços prestados a famílias (84,5%) e no comércio (70,8%) com destaque para a comercialização de veículos, peças e motocicletas (75,5%). Na indústria, 65,3% das empresas reportaram redução nas vendas.

Cerca de 60% das empresas relataram maior dificuldade na capacidade de fabricar produtos e de atendimento aos clientes durante a primeira quinzena de junho, em relação ao período anterior ao início da pandemia – reportado por 67,2% das empresas do comércio, 65,5% da construção e 59,5% dos serviços.

Outras 60,8% revelaram ter tido dificuldade no acesso aos fornecedores, com impacto maior no comércio (74,0%) especialmente na comercialização de veículos, peças e motocicletas (87,4%). Na indústria, esse impacto foi reportado por 62,7% das empresas em funcionamento

Já para 63,7% das empresas em atividade, houve dificuldades em realizar pagamentos de rotina em relação ao período anterior a pandemia, sendo que essa dificuldade atingiu 64% das empresas menores e 35,6% das de maior porte.

“Essas dificuldades foram bastante disseminadas pelos setores, chegando a sete em cada dez empresas do comércio, e seis em cada dez da indústria e dos serviços. Mas vale ressaltar que 33% do total de empresas em operação não reportaram alteração significativa, ou porque já conseguiram retomar suas atividades e receitas ou tinham uma boa reserva e continuam com fluxo financeiro para realizar os pagamentos”, destacou o Coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas, Flávio Magheli.

Houve mudanças também na oferta de produtos e serviços: 32,9% das empresas relataram ter alterado o método de entrega de seus produtos ou serviços; incluindo a mudança para serviços online e 20,1% relataram ter lançado ou passado a comercializar novos produtos e/ou serviços na primeira quinzena de junho, em relação ao início da pandemia.

A coleta da ‘Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas’, que vai acompanhar os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos setores da indústria, construção, comércio e serviços – começou no dia 15 de junho e foi feita por telefone com cerca de duas mil empresas.

Os resultados serão divulgados quinzenalmente e estarão disponíveis no hotsite covid19.ibge.gov.br, com informações para o País e grandes regiões. A primeira divulgação traz comparações entre a primeira quinzena de junho e o período anterior ao início da pandemia, em 11 de março. As demais trarão comparações com a quinzena imediatamente anterior.


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