Economia
Nove em cada 10 reajustes salariais negociados superaram a inflação em maio, informa Fipe
É a maior proporção registrada desde o início da série histórica do Salariômetro, iniciada no final de 2012.
Nove em cada dez (91,9%) reajustes salariais conquistados pelos trabalhadores em negociações e convenções coletivas em maio superaram a inflação acumulada nos 12 meses anteriores. Os dados são do Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O que dizem os números
É a maior proporção registrada desde o início da série histórica do Salariômetro, iniciada no final de 2012. Um patamar similar foi registrado apenas em janeiro de 2018, quando 91% dos aumentos superaram a inflação medida pelo INPC.
Em média, os aumentos de maio foram 1,5 ponto percentual maiores que o INPC. De acordo com a Fipe, a média dos reajustes do mês passado foi de 5,3%. Já a inflação acumulada nos 12 meses anteriores foi de 3,8%. Foi o maior ganho real em um mês na parcial de 2023.
O indicador representa uma significativa melhora frente a abril. No mês anterior, a parcela de negociações com reajustes acima da inflação foi de 61% – mais de 30 pontos percentuais menor do que a verificada em maio (91,9%).
Somente 1,4% dos reajustes de maio ficaram abaixo da inflação. Outros 6,7% foram iguais ao INPC, diz a Fipe.
Valor mediano do piso salarial foi de R$ 1.630 em maio. Número está acima da média dos últimos 12 meses, de R$ 1.508. Em 2023, porém, o valor mediano é menor, de R$ 1.470.
Melhora para o trabalhador
Dados de 2023 são melhores do que os registrados no ano passado. Nos primeiros cinco meses do ano, 74,7% dos reajustes negociados ficaram acima da inflação. No mesmo período de 2022, essa parcela foi bem menor, de 19,5%.
Aumentos abaixo da inflação caíram quase 40 pontos percentuais. De janeiro a maio de 2022, a maior parte – 45,1% – dos reajustes não superou o INPC. Em 2023, essa fatia caiu para 6,3% dos acordos e convenções coletivas.
Negociações para reajustes iguais ao INPC também diminuíram. Nos cinco primeiros meses do ano passado, o número de acordos para aumentos iguais ao INPC representavam 35,4% do total. No mesmo período de 2023, essa parcela foi de 18,9%.
Fatia de aumentos acima do INPC deve encolher. A Fipe explica que, como a perspectiva é de que a inflação volte a acelerar no segundo semestre, a proporção de reajustes acima do INPC vai ficar menor. Para junho, a expectativa é de que 81,4% das negociações salariais estabeleçam aumento real (acima da inflação).
O INPC para junho é da mesma ordem do de maio, e a prévia já indica a proporção de 81,4% de reajustes acima da inflação. Depois, [a inflação] deverá crescer, reduzindo o tamanho do reajuste real no segundo semestre. Fipe, em comunicado
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