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Economia

Mais de 50% das indústrias do Polo de Manaus não contemplam indústria 4.0 nas suas estratégias

O estudo, com apoio Federação das Indústrias do Estado Amazonas, detectou também que 92% dos colaboradores das empresas do segmento têm pouca/nenhuma habilidade digital.

Pesquisa que mede o nível de maturidade e prontidão da Indústria 4.0 nas empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (Pim), em primeira amostragem, aponta que 57% das empresas reconhecem a importância da indústria 4.0, mas ainda não a contemplam nas suas estratégias. Com apoio da Federação das Indústrias do Estado Amazonas (Fieam), Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o estudo detectou também que 92% dos colaboradores das empresas do segmento têm pouca/nenhuma habilidade digital.

Apresentada ontem (31) em reunião de diretoria da Fieam pelo diretor adjunto da FIEAM e professor da Ufam, Sandro Breval, a pesquisa foi aplicada em 47% das indústrias do PIM, das áreas de eletroeletrônico, termoplástico e papel e papelão, que possuem recursos para investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

“É interessante a gente observar que nesses dados existem diversas oportunidades de melhorias e até de treinamento dos colaboradores. Percebemos, por exemplo, que 71% das lideranças apoiam a transição para Indústria 4.0, muito embora não contemplem nas suas estratégias, então é de se pensar e observar melhorias”, ressaltou Breval.

De acordo com Breval, na primeira amostragem desenvolvida pelo estudo, o modelo adotado na pesquisa se baseia em quatro níveis de maturidade: digital, tecnológico, transição e avançado, e com três grandes eixos, a Tecnologia e Operações, o Ecossistema de Negócios e Interoperabilidade, sendo este último o principal item da indústria 4.0. As indústrias foram avaliadas no sentido da entrada dos seus processamentos e na saída, tentando enxergar os conceitos da Indústria 4.0.

“Não adianta eu ter ferramentas se eu não tiver pessoas com capacidade para executar e operacionalizar. Precisamos andar e acompanhar esse movimento de melhoria e esse estudo nos mostra diferentes oportunidades de melhoria que podemos aplicar nas empresas do PIM”, disse o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo.

Por meio de análise das variáveis do estudo, é possível calcular o nível de maturidade em que estão as empresas do PIM pesquisadas. Em uma variável que vai de 1 a 4. Empresas com 1 e 2 já têm algo de Tecnologia da Informação (TI) e digitalização, mas quase nada de Tecnologia em Automação (TA); nível 3, empresas que têm algo de automação, mas ainda muito incipiente; e o nível 4 as empresas que já têm uma carga maior de TI e TA, que é exatamente a manufatura avançada e inserção de tecnologia de forma aprofundada.

“O PIM está em 2,54, ou seja, encontra-se exatamente no momento de transição em seu nível de maturidade. Precisamos olhar para algumas características interessantes desse resultado. É necessário aumentar a interoperabilidade, melhorando a visibilidade da cadeia de suprimentos e, sobretudo, colocando a indústria 4.0 no âmbito das estratégias das empresas”, analisou Breval.

A pesquisa também detectou baixa customização de produtos, baixa modelagem digital e baixa evidência de indústria 4.0 na estratégia, além da ausência de visibilidade e estoque em tempo real. “Os resultados mostram quais são os gaps para a gente poder evoluir no que se chama de Indústria 4.0. Então, mais do que saber que ainda tem muita coisa por fazer é ter um mapa de onde você tem que atuar. Temos visto que não adianta colocar robôs, sensores e câmeras se as pessoas não tiverem preparadas para interagir com esse mundo”, observou o coordenador da Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Inovação da FIEAM, Roberto Garcia.


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