Economia
Inflação sobe 0,38% em julho e atinge teto da meta; alimentação e bebidas recuaram 1%, diz IBGE
A variação foi maior para o período desde 2021 (0,96%). Na comparação com anos anteriores, o índice de preços subiu 0,12% em julho do ano passado.
A inflação oficial de preços ganhou ritmo ao avançar 0,38% em julho, ante alta de 0,21% verificada em junho, mostram dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação acima da previsão de 0,33% do mercado financeiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 4,5% nos últimos 12 meses, valor que representa o teto da meta para este ano.
O que diz o IPCA
Indicador avançou 0,38% no mês de julho, segundo o IBGE. A variação foi maior para o período desde 2021 (0,96%). Na comparação com anos anteriores, o índice de preços subiu 0,12% em julho do ano passado, seguido de uma deflação de 0,68% no mesmo período de 2022. Em junho, o IPCA variou 0,21%, menor taxa para o período desde 2020.
Índice oficial de preços cola no teto da meta definida para 2024. O resultado faz o IPCA passar a acumular alto de 4,5% no acumulado dos últimos 12 meses. A variação é maior desde o intervalo encerrado em fevereiro (4,5%) e coloca o índice exatamente no teto da meta fixada para este ano. O furo ocorreria caso a taxa superasse 0,39%.
O atual regime de metas para o IPCA segue somente até dezembro. A partir de janeiro de 2025, o intervalo anual pré-determinado deverá ser cumprido todos os meses , não apenas ao final de cada ano. Assim, o furo da meta será estabelecido sempre que o IPCA acumulado supere o teto da meta por seis meses consecutivos.
Reajuste o peso da gasolina no bolso dos motoristas em julho. O aumento de 7,1% dos preços definidos pela Petrobras para as distribuidoras começou a valer no dia 9 do mês passado. A previsão da estatal era de que a decisão elevasse em R$ 0,15 o valor cobrado por litro do combustível nos postos.
A gasolina absorve a inflação dos combustíveis. Com o reajuste, o item de maior peso individual para o cálculo da inflação do Brasil (5%) saltou 3,15%. O etanol (+5,9%) e o óleo diesel (+1,03%) também ficaram mais caros, enquanto o gás veicular registrou queda de 0,2%.
Preço das passagens aéreas também pesou. A maior variação do grupo de transporte partiu dos bilhetes aéreos, que ficaram 19,39% mais caros em julho. A alta, aliada à inflação da gasolina, resultou no aumento de 1,82% do grupo de transportes.
Alimentos mais baratos
Os preços do grupo de alimentação e bebidas recuaram 1%. A deflação foi ocasionada pelo barateamento dos produtos consumidos dentro de casa (-1,5%), após variação de 0,47% em junho.
Tomate (-31,24%) e cenoura (-27,43%) puxam a fila das quedas. Também oscilaram os preços da cebola (-8,97%), da batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). Por outro lado, o café moído (3,27%), o alho (2,97%) e o pão francês (0,67%) ficaram mais caros.
Consumo de alimentos fora do domicílio caminha na contração . A redução de preços para o consumo em casa não foi refletida fora dela. A alta de 0,39% é semelhante ao mês anterior (+0,37%) e conta com a contribuição dos subitens lanche (+0,74%) e refeição (+0,24).
Conta de luz mais cara
A alteração da bandeira de energia elétrica foi determinante. A retomada da cobrança extra sobre as contas de luz suspende a alta de 1,93% da energia elétrica residencial. A bandeira amarela, imposta após dois anos ininterruptos do modelo sem cobrança adicional, acrescenta R$ 1.885 no valor das contas a cada 100 kwh consumidos pelas famílias.
Variação das tarifas de energia guiou alta de 0,77% da habitação. A inflação do grupo ocorreu mesmo com o recuo da taxa de água e esgoto (-0,02%) e do gás encanado (-0,04%). Também houve uma redução média de 2,43% nas tarifas de energia elétrica em uma das concessionárias de energia de São Paulo.
Confira a variação de cada um dos grupos
Alimentação e bebidas: -1%
Artigos de residência: +0,48%
Comunicação: +0,18%
Despesas pessoais: +0,52%
Educação : +0,08%
Habitação: +0,77%
Saúde e cuidados pessoais: +0,22%
Transportes: +1,82%
Vestuário: -0,02%
O que é o IPCA?
O índice é calculado a partir de uma cesta de 377 produtos e serviços. A escolha dos itens tem como base o consumo das famílias com rendimento de um a 40 níveis mínimos. Para chegar à variação final do indicador, é considerado um peso específico para cada produto analisado no mês de referência.
A composição do IPCA traz a evolução dos preços em novos grupos. As análises discutem as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação, bebidas e artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
A apuração mensal é realizada nos grandes centros urbanos do Brasil. Para isso, o IBGE considera como regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal. Há ainda pesquisadores nos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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