Economia
Inflação sobe 0,24% em outubro, puxada por alta das passagens aéreas, mostra pesquisa do IBGE
Os preços de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em outubro, com destaque para Transportes (0,35%) e Alimentação e bebidas (0,31%).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) subiu 0,24% em outubro após avançar 0,26% em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. O indicador foi pressionado pelo salto das passagens aéreas e o avanço nos preços de alimentação e bebidas, que voltaram a subir após quatro meses de queda.
-O índice veio abaixo das expectativas medianas coletadas pelo Valor Data, que indicavam alta de 0,28% em outubro
-No ano, o IPCA acumula alta de 3,75% e, nos últimos 12 meses, expansão de 4,82%
-Em outubro de 2022, o indicador fechou em alta de 0,59%
Os preços de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em outubro, com destaque para Transportes (0,35%) e Alimentação e bebidas (0,31%).
Os preços das passagens aéreas saltaram 23,70% e foram a maior contribuição individual (0,14 ponto percentual) para o aumento do índice do mês. Em setembro, os bilhetes já haviam subido mais de 13%.
No resultado em 2023, até outubro, a alta é de 13,53%. Já o resultado acumulado nos 12 meses até outubro foi bem menor, de 3,31%.
De acordo com o IBGE, o encarecimento das viagens de avião pode estar relacionada com uma demanda maior, com a proximidade das férias, e com o preço do querosene de aviação, que teve reajustes recentes.
— Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano. O querosene de aviação é um custo importante para as companhias aéreas — destaca o gerente da pesquisa, André Almeida.
Outros combustíveis, como gasolina e etanol, tiveram preços reduzidos em outubro. A queda de 1,53% da gasolina em outubro ajudou a segurar o IPCA.
No ano, no entanto, o produto ainda tem alta de 14,4% em 2023, e contribuição de 0,67 ponto percentual na inflação.
Avanço de alimentação em domicílio
No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 0,27% no mês, após quatro quedas consecutivas. Entre junho e setembro, esse subitem havia acumulado queda de 4,01%.
No período de deflações entre junho e setembro, o grupo Alimentação e bebidas como um todo havia registrado queda acumulada de 2,65%. Agora, o recuo é de 0,70% neste ano.
No período, destacaram-se as altas da batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e das carnes (0,53%). No lado das quedas, foram destaques o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
— Tanto as quedas quanto as altas foram influenciadas por questões de oferta. A batata-inglesa e a cebola vinham de queda, mas esse comportamento na passagem de setembro para outubro foi influenciado por uma menor oferta devido ao aumento no número de chuvas nas regiões produtoras. Prejudica a colheita e diminui a oferta nos mercados — afirma Almeida.
A alimentação fora do domicílio (0,42%) também acelerou em relação ao mês anterior (0,12%).
No caso do arroz, os preços foram influenciados pela menor oferta, com maior demanda para exportação e consumo interno estável.
Preço dos monitorados
Os preços dos monitorados, itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, continuam avançaram 0,24% em outubro, leve redução ante os 0,26% de setembro. A variação acumulada em 12 meses é de 9,98%.
Os cinco principais subitens que contribuíram para a inflação no ano são gasolina, emplacamento e licença, plano de saúde, energia elétrica residencial e taxa de água e esgoto.
Veja resultados por grupo:
Alimentação e bebidas: 0,31%;
Habitação: 0,02%;
Artigos de residência: 0,46%;
Vestuário: 0,45%;
Transportes: 0,35%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,32%;
Despesas pessoais: 0,27%;
Educação: 0,05%;
Comunicação: -0,19%.
Cenário favorável a corte de juros
Apesar da alta dos alimentos e das passagens aéreas, o IPCA desacelerou em outubro o que favorece o cenário para corte de juros pelo Banco Central (BC). A inflação em 12 meses ainda está acima da meta, mas a expectativa é que ela continue a perder fôlego.
A meta perseguida pelo BC é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
As informações são d o jornal O Globo.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.
Faça um comentário