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Economia

Dia dos Pais: Cerca de 69% dos brasileiros vão gastar até R$ 250 com presente, diz pesquisa

Para 38%, o bolso está mais apertado este ano. Mesmo assim, 39% consideram o almoço em família o momento mais importante da celebração

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Rio – O Dia dos Pais deste ano, comemorado no próximo domingo (12), será celebrado com mais afeto do que consumo. De acordo com um levantamento da Hibou, empresa de pesquisa e insights de mercado, realizado em parceria com a Score Group, 69% dos brasileiros pretendem gastar no máximo R$ 250 com as comemorações.
O estudo ouviu 1.233 pessoas entre os dias 20 e 22 de julho em todo o Brasil e mostra uma mudança importante no comportamento do consumidor: menos foco em presentes e mais valorização do tempo em família.

Bolso apertado para quase 4 em cada 10 brasileiros
Segundo o levantamento, 38% dos entrevistados disseram que o bolso está mais apertado este ano, e que vão gastar menos que nos anos anteriores. Outros 10% também se consideram com orçamento mais justo, mas não vão abrir mão da tradição familiar. Para 39%, a situação financeira permanece igual à do ano passado, enquanto apenas 1% disse estar em melhor condição e disposto a gastar mais.

Celebração em casa e com os mais próximos
Ficar em casa sem receber visitas será a escolha de 18% dos brasileiros, enquanto 15% devem visitar o pai ou sogro. Outros 10% vão receber familiares em casa e 8% planejam ir a restaurantes. Visitas a outros parentes somam 7%, e 20% ainda não definiram os planos. Há quem vá se conectar à distância, por videochamada (4%), viajar para a praia (4%) ou para o interior/exterior (3%). Três por cento pretendem visitar filhos ou netos.

Data comercial perde espaço para reconhecimento familiar
Se em 2024 o Dia dos Pais era visto como puramente comercial por 27% dos entrevistados, esse número caiu para 21% em 2025. Por outro lado, aumentou o número dos que associam a ocasião ao reconhecimento e valorização da figura paterna (27%) e ao encontro familiar (22%). A saudade também é significativa: 18% dizem que a data traz lembranças de pais ou filhos que já se foram.
Presença vale mais do que presente
O tradicional almoço em casa com a família é apontado por 39% como o que não pode faltar no domingo. Respeito (30%), união (25%), saúde (24%), harmonia (22%) e histórias de família (18%) também foram lembradas. Apenas 12% consideram os presentes indispensáveis, enquanto 11% destacam a importância de comidas especiais e 8% citam o almoço em restaurante.

Pai, marido e… eu mesmo: quem será presenteado
O pai é o principal homenageado (50%), seguido por maridos (37%). Mas o destaque curioso está no autoagrado: 17% dos entrevistados afirmam que pretendem comprar um presente para si mesmos. Também foram citados sogros (10%), filhos que já são pais (9%), irmãos (7%), avôs (5%), padrastos, tios e cunhados (2% cada) e padrinhos (1%). O número de pessoas que não vai comprar presente caiu para 15%, ante 26% no ano passado.

Consumo guiado por utilidade, desejo e bolso
Para 33%, o presente ideal é o que cabe no bolso. Já 25% valorizam itens úteis no dia a dia do pai, e 24% dizem que o verdadeiro presente é a presença da família. Outros 16% buscam dar algo que o pai realmente deseja, 15% gostam de surpreender e 10% escolhem itens personalizados. Apenas 1% citou preferência por marcas renomadas.

Roupas, churrasco e tecnologia estão entre os favoritos
As categorias mais lembradas para o presente são vestuário (62%), calçados (41%), perfumes (29%), alimentos e bebidas (26%), artigos para churrasco (19%), eletrônicos (19%) e tecnologia como celulares, games ou TVs (14%). Livros (12%), entretenimento (11%), relógios e joias (10%), viagens (10%), artigos de futebol (9%), bem-estar como spa day (7%) e eletrodomésticos (6%) também foram citados, além de assinaturas (5%), utilidades domésticas (5%), estética (4%) e artesanato (4%).

O que os pais gostariam de ganhar
Entre os pais e figuras paternas, os desejos de presente se mantêm parecidos com as escolhas dos filhos: vestuário (47%), calçados (34%), viagens (31%), perfumes (27%) e eletrônicos (25%) lideram. Alimentos e bebidas aparecem com 25%, seguidos por bem-estar (16%), eletrodomésticos (15%), cosméticos (13%), livros (10%), artigos de churrasco (10%) e presentes ligados ao time de futebol (8%).
“A pesquisa mostra um consumidor sensível, racional e atento ao que realmente importa. Presentes ainda fazem parte da celebração, mas é a presença que mais se destaca. As marcas que compreenderem esse movimento e se comunicarem com respeito, empatia e autenticidade, terão muito mais chance de gerar conexão e confiança”, afirma Ligia Mello, CSO da Hibou.

Pais deixam mais que memórias: deixam legado
Segundo a pesquisa, 41% dos entrevistados herdaram habilidades manuais do pai, como cozinhar ou fazer pequenos reparos. O amor por animais e o time do coração aparecem com 35%, viagens com 34% e gosto musical com 32%. A religião foi citada por 24% e o caminho profissional por 23%. Já 16% disseram que o pai não foi presente em suas vidas, enquanto 23% afirmam que não herdaram referências significativas.

Streaming deve dominar o domingo em família

A televisão estará ligada em 55% dos lares durante o domingo. A preferência é por streaming: Netflix (41%), seguido por Globo (35%) e canais pagos (29%). Também foram citados Amazon Prime (17%), YouTube (16%), Disney+ (11%), Globoplay (12%), SBT (13%), Record (11%) e HBO Max (10%).

“Mais do que uma data comercial, o Dia dos Pais tem se tornado um momento de conexão emocional e afirmação de valores. Os consumidores estão atentos ao que realmente importa: presença, reconhecimento e vínculos afetivos. Isso não significa o fim do consumo, mas uma nova lógica, onde o valor simbólico dos gestos pesa mais do que o valor financeiro do presente. Para as marcas, é hora de ouvir, emocionar com autenticidade e entender que o impacto real nasce do respeito à jornada e as emoções das pessoas.” analisa Albano Neto, CSO e CCO do Score Group.

Campanhas emocionam, mas nem sempre convencem
O que mais atrai o público são mensagens com valores como respeito e amor (27%), histórias emocionantes (22%), bom humor (20%) e originalidade (19%). Promoções (19%), identificação com o perfil do pai (18%) e criatividade na abordagem (17%) também contam. A representatividade foi lembrada por 16%, trilha sonora por 14% e qualidade estética por 13%. Apenas 1% se atrai por celebridades, e 27% afirmam que não costumam prestar atenção em campanhas de Dia dos Pais.

Cerca de 10% dos entrevistados já se sentiram incomodados por campanhas da data. Os principais motivos foram o tom forçado das mensagens (42%), o sentimento de constrangimento por não poder comprar presentes (23%), estar em um momento emocionalmente vulnerável (21%), enfrentar doenças na família (20%) ou lembrar da perda do pai ou filho (19%).
Dicas para evitar prejuízo
Na correria para garantir o presente do Dia dos Pais, muita gente deixa para comprar na véspera e, com isso, aumenta o risco de dor de cabeça. Seja em lojas físicas ou on-line, o consumidor precisa estar atento a prazos, condições de troca, direito de arrependimento e até sinais de golpe. “A pressa não pode ser inimiga da precaução”, alerta o advogado Stefano Ribeiro Ferri, especialista em Direito do Consumidor.

Nas lojas físicas, o primeiro cuidado é entender que a loja só é obrigada a trocar produtos com defeito. “Troca por motivo de gosto ou tamanho é uma cortesia. Por isso, o ideal é perguntar antes de pagar e pedir que essa possibilidade seja registrada na nota fiscal”, orienta o advogado. Também é importante conferir se a nota descreve corretamente o produto e a data da compra. “Guarde a política de troca por escrito, principalmente se houver exigências como embalagem original ou prazo curto”, diz o especialista.

Para quem busca economizar, o pagamento à vista pode render vantagens. “A lei permite preços diferentes conforme a forma de pagamento. A loja pode oferecer descontos no Pix, no dinheiro ou em cartão à vista, desde que informe isso claramente”, explica Ferri.

Já nas compras on-line de última hora, o risco maior é o presente não chegar a tempo. “Confirme o prazo antes de pagar e salve essa informação. Se a entrega atrasar, o consumidor pode exigir o cumprimento imediato, a troca por um produto disponível ou o reembolso total”, explica o advogado. E mesmo que o presente chegue depois da data comemorativa, vale o direito de arrependimento: são sete dias corridos a partir do recebimento para desistir da compra e pedir o dinheiro de volta, incluindo o valor do frete.

Outro ponto essencial, segundo Ferri, é o cuidado com golpes em redes sociais, marketplaces e sites falsos. “Desconfie de preços muito baixos, vendedores sem avaliações, contas bancárias de pessoa física e ausência de dados como CNPJ e endereço. No ambiente digital, o barato pode sair muito caro”, alerta.

Com informações do site O Dia


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