Economia
Desemprego no Brasil cai a 11,1% no 4º trimestre e termina 2021 com 13,2%, diz PNAD
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE.
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% nos três meses até dezembro, um recuo de 1,5 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (12,6%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (24), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) .
O resultado para o trimestre veio em linha com a mediana das previsões do mercado, que apontava para 11,2% no período.
Já a taxa média anual foi de 13,2%, o que indica uma tendência de recuperação frente à de 2020, pior momento da pandemia, e quando a taxa ficou em 13,8%, diz o instituto. Apesar a melhora, a taxa anual é a segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, e fica acima da registrada em 2019 (12%), período pré-Covid.
“Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, em nota.
“É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador”, completou.
Menor rendimento da série
Apesar dos indícios de melhora no mercado de trabalho, a inflação alta vem corroendo a renda real, com o rendimento dos trabalhadores encerrando 2021 no menor nível da série histórica.
Nos três meses até dezembro, o rendimento dos trabalhadores foi de 2.447 reais, uma queda de 3,6% frente ao trimestre anterior e de 10,7% em relação ao mesmo período de 2020.
Na média do ano, o rendimento médio recebido pelas pessoas foi de 2.587 reais, uma retração de 7,0% frente a 2020.
12 milhões de desempregados
No quarto trimestre, o número de pessoas desempregadas no Brasil era de 12,011 milhões, uma queda de 10,7% em relação aos três meses até setembro e de 16,7% sobre o ano anterior.
“Nesse período, costuma haver redução da desocupação devido à maior absorção de trabalhadores em atividades como comércio e alojamento e alimentação. Somado a isso, há um processo de recuperação da ocupação em curso desde agosto do ano passado”, destacou Beringuy.
Já o total de ocupados aumentou 3% na comparação trimestral, a 95,747 milhões, recorde da série histórica, com avanço de 9,8% sobre o quarto trimestre de 2020.
“Recorde de ocupação com recorde de queda do rendimento tem a ver com questões que marcaram 2021. Há mais pessoas no mercado, mas tem uma parcela expressiva de informais, e ainda temos um processo inflacionário acentuado em 2021. Os trabalhadores que estão entrando no mercado, informal ou formal, estão ganhando menos”, explicou a coordenadora do IBGE.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceram 2,9% em relação ao terceiro trimestre, enquanto os que não tinham carteira aumentaram 6,4%.
Entre as atividades, houve aumento da ocupação no comércio (3,4%, ou 602 mil pessoas), outros serviços (11,8%, ou mais 521 mil pessoas) e informação e comunicação (3,3%, ou mais 367 mil pessoas). A indústria mostrou estabilidade no quarto trimestre.
Na média do ano, o maior crescimento percentual veio da construção, de 13,8%, ou 845 mil pessoas a mais. O comércio, bastante impactado pela pandemia, teve ganho de 5,4% na comparação com 2020, um acréscimo de 881 mil pessoas, mas o contingente de trabalhadores ainda ficou abaixo do de 2019.
A indústria também não conseguiu recuperar as perdas de 2020 –houve aumento de 3,9% ou de 446 mil pessoas trabalhando no setor, mas na comparação com 2019, o número de trabalhadores caiu 3,1%.
O ano de 2021 também apresentou recuperação da ocupação dos setores de serviços, também muito afetados pelas medidas de contenção da pandemia, com destaque para os serviços domésticos, com aumento 6,7% ou 327 mil pessoas.
As informações são da CNN Brasil.
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