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Economia

Controle de pandemia garante retomada mais rápida da economia, diz Ipea

Antes da pandemia do coronavírus, a expectativa era de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescesse 2,1% este ano.

A economia deve ‘encolher’ 9% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, e fechar o ano com uma retração de 1,8%, caso o período de isolamento social se prolongue por três meses, projeta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em relatório divulgado nesta segunda-feira (30).

Antes da pandemia do coronavírus, a expectativa era de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescesse 2,1% este ano.

“Realmente, as projeções de queda são muito significativas. É um fato inédito que estamos vivendo no país. Nem mesmo nos períodos de guerra mundial, o impacto sobre a economia (brasileira) havia sido tão forte e provocado um nível de incerteza tão grande”, afirma o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior.

No estudo, o Ipea mostra que, quanto o menor o período de isolamento social, menos intensa deve ser a queda da economia, mas que, por outro lado, a agilidade no controle da pandemia e na implementação das medidas econômicas já anunciadas podem garantir uma retomada mais rápida a partir de agosto.

Para um período de dois meses de restrição, por exemplo, a estimativa é de queda de 5% no segundo trimestre (em relação ao trimestre anterior). Já para um mês, essa projeção vai para uma queda de 3%, para o mesmo período.

“Isso não implica em qualquer juízo de valor em relação à necessidade das medidas restritivas para conter a velocidade de disseminação do vírus”, ressalta o estudo. “Neste momento, todos os esforços devem ser direcionados para amenizar o problema de saúde pública e para mitigar os efeitos da crise sobre a população e a economia, mesmo que isso leve a deterioração significativa dos resultados fiscais no ano”, reforça.

Todas as projeções deste relatório já consideram as medidas anunciadas pelo governo federal, o que significa que uma frustração dessas ações pode provocar uma recessão mais profunda na economia.

Recuperação no segundo semestre
O Instituto afirma, no entanto, que espera “uma rápida recuperação parcial” da atividade econômica a partir do terceiro trimestre, independentemente de o isolamento durar um mês ou três meses.

O que deve garantir essa rápida recuperação é a efetividade das medidas econômicas de socorro à população mais vulnerável e às empresas – que já foram anunciadas, mas que ainda não foram colocadas em prática integralmente.

Medidas bilionárias anunciadas pelo governo ainda são tímidas, avaliam economistas
Além disso, o estudo reforça que o “rápido avanço no controle da pandemia” vai permitir a “retirada gradual das medidas restritivas”.

“Nós não trabalhamos nesse estudo com projeções epidemiológicas. (…) O que se supõe é que quanto mais rápido for o controle da pandemia, mais as medidas de restrição vão poder ser retiradas com segurança e menos impacto econômico isso tem”, esclarece Souza Jr., do Ipea.

Em todos os cenários de isolamento social, o Ipea espera que o PIB de 2021 tenha crescimento. Quanto maior for a queda este ano, maior também será a expansão da economia no ano que vem, já que a base de comparação fica menor.

Se a economia recuar 1,8% este ano, com três meses de isolamento, a expectativa é de um crescimento de 3,1% no próximo ano.


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