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Economia

Cerca de 94,7% das mulheres acreditam que licença maternidade é vista de forma negativa no trabalho

Levantamento do ano anterior já apontava que para 86% das respondentes existia preconceito em relação ao período de ausência remunerada.

Direito laboral disponível em praticamente todos os países, a licença maternidade ainda é tabu em empresas e “filhos” um tópico recorrente durante as entrevistas de emprego de mulheres. Uma pesquisa exclusiva do Infojobs mostrou que 94,7% das mulheres acreditam que o tema é visto de forma negativa no mercado de trabalho. O levantamento foi realizado em março deste ano, com a participação de 879 pessoas que se identificam com o gênero feminino, de 18 a 60 anos.

A licença maternidade consiste no afastamento de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário para a colaboradora. “Infelizmente, ainda há uma crença de que a mulher pode deixar o emprego para cuidar dos filhos, especialmente pela falta de rede de apoio e a questão é trabalhada de maneira errada, o que impacta a empregabilidade feminina”, comentou Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.

A dupla jornada é uma realidade para 89,7% das mulheres, que conciliam a carreira com a realização de atividades domésticas ou cuidado com os filhos. Destas, 48,7% não contam com uma rede de apoio ou ajuda de parceiros.

A mesma pesquisa mostrou que, para mulheres, conquistar uma oportunidade é o maior desafio, seguido de obter reconhecimento e crescimento profissional quando empregadas (26,3%). O machismo presente na cultura das empresas também interfere no dia a dia de 20,7%.

Nos processos seletivos, 61,9% dizem que já enfrentaram situações invasivas, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais. Neste cenário, 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade por ser mulher.

“Entendo que existe uma preocupação em relação a retenção de talentos e a produtividade do dia a dia quando há a licença, mas a melhor maneira de adequar não é descartando uma mulher durante uma entrevista por ser mãe ou ter o desejo, mas desenvolvendo políticas e programas que permitam que conciliem a vida profissional e pessoal, como espaço de amamentação, home office, jornada flexível e auxílio-creche”, aconselha Ana.

Como criar políticas inclusivas para mães

Empresas que têm como prioridade permitir que as mulheres exerçam a posição de cuidadoras ao mesmo tempo que desenvolvem suas carreiras devem criar políticas inclusivas. Além da licença maternidade remunerada, alguns outros pontos têm que ser levados em consideração, a começar pelo momento do retorno ao trabalho.

“Após um afastamento longo, a profissional precisa de apoio para retomar as atividades. Uma tendência é o oferecimento de mentorias e programas de desenvolvimento. Além disso, empresas empáticas podem oferecer suporte à amamentação e até creche no local, o que permite que trabalhem com mais tranquilidade, sabendo que os filhos estão bem cuidados”, esclarece Ana Paula.

A maternidade pede por algumas adaptações. Oferecer horários flexíveis, permitindo que as mães compareçam em compromissos escolares ou consultas médicas, é uma postura admirável, conforme a CEO do Infojobs. “Quando a criança ainda é pequena, pode oferecer diferentes modelos de trabalho, como remoto ou híbrido”, complementa.

Por fim, Ana Paula lembra que é importante entender as necessidades específicas da profissão e das funcionárias para garantir que conciliem carreira e maternidade da melhor maneira.


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