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Economia

Bolsonaro recusa proposta da equipe econômica de Guedes e suspende Renda Brasil

O programa de assistência social do governo federal para substituir o Bolsa Família tem causado embates entre o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação ao custo do benefício.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta quarta-feira (26) que a proposta da equipe econômica, do ministro Paulo Guedes, para a criação do Renda Brasil não será enviada ao Congresso. Em uma cerimônia de inauguração do alto-forno da siderúrgica Usiminas, em Ipatinga, no interior de Minas Gerais, Bolsonaro disse que a proposta está suspensa e que não pode “tirar do pobre para dar para paupérrimos”. As informações são do jornal O Globo.

“Discutimos a possível proposta do Renda Brasil. E eu , ontem, falei: está suspenso. Vamos voltar a conversar. A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento”, declarou.

O presidente criticou a proposta de direcionar os recursos do abono salarial para o programa, que vai substituir o Bolsa Família. “Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos, não podemos fazer isso aí. Como a questão do abono salarial, para quem tem até 2 salários (mínimos). Seria um 14º salário. Não podemos tirar isso de 12 milhões de famílias para dar para um Bolsa Família, ou Renda Brasil, seja lá o que for o nome deste novo programa”.

O benefício pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos é a principal fonte de financiamento proposta pela equipe econômica para o novo programa social, que irá substituir o Bolsa Família.

Segundo fontes, Bolsonaro também teria relatado ao ministro Paulo Guedes que o fim do abono sofre resistências dentro do Congresso. Ele afirmou ainda que o melhor programa social é a geração de empregos.

“Ou o Brasil começa a produzir, começa a, realmente, fazer o plano que interessa a todos nós, que é o melhor programa social que existe, que é o emprego, ou estamos fadados ao insucesso. Não posso fazer milagre e conto com todos os brasileiros para que cada um faça o melhor de si para tirar o Brasil da situação difícil em que se encontra, que não é de hoje”, disse o presidente.

O abono salarial beneficia cerca de 23,2 milhões de trabalhadores e deve custar aos cofres federais, neste ano, um total de R$ 18,3 bilhões. Esses recursos respondem por 83% da diferença de custo estimada para o Renda Brasil em relação ao gasto atual do Bolsa Família. Estima-se que o Renda Brasil vá custar R$ 52 bilhões, enquanto o Bolsa Família custa R$ 30 bilhões por ano.

Em relação ao auxílio emergencial, Bolsonaro reafirmou que o benefício foi criado para durar três meses, num primeiro momento. Mas já completou cinco meses com R$ 600, o que custa R$ 50 bilhões por mês.

“É uma conta pesada. Sabemos que os R$ 600 é pouco para muita gente que recebe, mas é muito para um país que se endivida. E lamentavelmente, como é emergencial, temos que ter um ponto final disso. Não podemos bancar eternamente 65 milhões de pessoas com R$ 600, R$ 1.200 ou até R$ 1.800. Resolvemos, então, estender até dezembro. O valor não será R$ 200 e nem R$ 600. Estamos discutindo com a equipe econômica”, afirmou.


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