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Economia

‘Black Friday é o Natal dos golpistas’, diz especialista em segurança digital

Promoção reúne o desejo do consumidor de comprar algo com um preço muito mais baixo do mercado e a vontade do golpista de ganhar dinheiro.

“A Black Friday é o ‘Natal’ dos golpistas. É quando eles ganham mais dinheiro”, disse à BBC News Brasil Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, organização sem fins lucrativos voltada para garantir segurança em questões de privacidade e crimes na internet.

Ele explica que a data é campeã de golpes porque une dois ingredientes “explosivos”: “O desejo do consumidor de comprar algo com um preço muito mais baixo do mercado e, do outro lado, a vontade do golpista de ganhar dinheiro”.

“Tudo isso numa data em que o consumidor está mais vulnerável para assumir riscos em troca de um desconto maior.”

Tavares afirma que esse impulso leva pessoas, atraídas por um preço mais baixo, a comprar coisas em sites em que nunca compraram antes, que não conhecem e não pesquisaram previamente.

Site clonado e corrente de WhatsApp

Um dos golpes mais comuns na Black Friday é um dos mais antigos da internet. O phishing é uma técnica usada pelos ladrões de dados para enganar os clientes e roubar suas informações sem que percebam.

Para isso, eles criam sites falsos — muitas vezes clones de grandes lojas — e espalham esses endereços eletrônicos por email ou correntes de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.

As mensagens costumam ter textos alarmistas, de promoções que se esgotam em poucos minutos ou das poucas unidades que ainda restam. Tudo isso para forçar a vítima a fazer a compra imediatamente.

Como evitar golpes na Black Friday?

Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, diz que a pessoa que recebe ofertas tentadoras pela internet deve ter calma e paciência para confirmar se a oferta é verdadeira e se a empresa tem uma boa reputação.

“A primeira coisa é digitar o site manualmente diretamente no browser para evitar sites clonados. O acesso por links pode levar a páginas falsas e enganar o comprador. Se a loja realmente estiver fazendo a promoção, o cliente deve entrar em sites que comprovem a reputação da empresa, como a plataforma www.consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça, e o Reclame Aqui”.

Ele diz ainda que é possível confirmar pelo Google Street View se o endereço registrado pela empresa realmente existe e se ela está no local informado.

‘Na dúvida, não compre’

Para quem está há meses à espera de uma data especial para compras, um dia pode parecer pouco para aproveitar as promoções.

O coordenador do MBA de marketing digital na FGV, Andre Miceli, disse que o mais importante neste momento é controlar as emoções e, por mais difícil que seja, agir com calma.

“Desconfiar de tudo é o primeiro passo. Quando a esmola é demais, todo santo desconfia. Isso vale não só para compras, mas também para evitar cair em fake news. É importante procurar uma validação para a informação por outras fontes daquilo que você recebe”, afirmou.


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