Economia
Banco da Amazônia registra lucro recorde de R$ 1,3 bi em 2023 e tem planos para a COP30, diz presidente
Em entrevista à Exame, Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia detalhou as metas para este ano e 2025, quando ocorre a COP30, em Belém (PA).
O Banco da Amazônia (Basa) divulgou o balanço referente ao ano de 2023. A instituição financeira teve lucro de R$ 1,345 bilhão, alta de 19,9% em comparação com o ano passado. O patrimônio líquido chegou a R$ 5,9 bilhões e o ROE (retorno sobre patrimônio) ficou em 25,1%. As informações são da revista Exame.
Principal financiador da região Norte, responsável por 60% dos créditos de fomento na região, o Basa atingiu R$ 50,9 bilhões com sua carteira de crédito, com uma taxa de inadimplência geral de 1,92%, considerada baixa.
Para o presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, o resultado se mostrou crescente e positivo na comparação com 2022, que, até então, era o recorde de crescimento apresentado pela companhia. “Conseguimos um caminho sustentável de resultado”, diz.
O banco, com sede em Belém (PA), tem uma trajetória voltada ao desenvolvimento econômico nos Estados da Amazônia Legal, em especial aos da região Norte. Por meio de programas de financiamento de crédito, o Basa apoia negócios crescentes com foco na produção sustentável e a favor do bioma.
“Temos em nossa carteira de crédito altos padrões de ESG. Não financiamos áreas com menos de dois anos de implementação, ou seja, sem consolidação, e exigimos relatórios de impacto ambiental nos projetos e investimentos, o que não é padrão em todo o sistema financeiro. Todas as nossas tomadas de decisão levam em consideração a preservação da floresta e a sustentabilidade da região”, conta o presidente.
O Banco da Amazônia possui um serviço de microcrédito voltado para pequenos produtores. Além de proporcionar taxas menores e prazos estendidos, o programa oferece capacitação em técnicas sustentáveis para o negócio. Segundo o presidente, a linha de crédito busca uma indústria abastecida com produtos de origem sustentável. “Para a pequena empresa, muito do trabalho é garantir que as condições de plantio, armazenamento e transporte sejam as mais limpas e saudáveis”, afirma Lessa.
Já entre as médias e grandes empresas, há o investimento no sistema de agroindústria e bioeconomia, que atende dos produtores aos compradores. “Apoiamos projetos de pecuária aliada à floresta e de agricultura com técnicas de plantio que necessitem de menos adubação”, conta.
Hoje, a empresa tem linhas de financiamento que apoiam projetos de energias renováveis, empresas e indústrias verdes e a produção rural sustentável. Parte destinada deriva do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), programa do governo federal que fornece recursos para incentivos econômicos e sociais na região.
Segundo Fabio Yassuda Maeda, diretor de relações com investidores do Banco da Amazônia, as linhas de financiamento e crédito para a produção sustentável já direcionaram R$ 6,7 bilhões.
Com a expectativa da COP30 no próximo ano, em Belém, o banco afirma já ter iniciado investimentos para modernizar e adequar a região às necessidades do evento, como apoio ao turismo, hotelaria e infraestrutura da região. “Utilizamos recursos próprios, do FNO e do Fungetur (Fundo Geral do Turismo). A prioridade é investir em tudo que será um legado após a COP”, declarou Lessa.
Ao fim de 2023, as ações da Basa tiveram uma alta histórica, de 103,1%, com cotação de R$ 95. De acordo com Maeda, o resultado em 2024 pode depender de fatores ainda indefinidos, como a expectativa para a queda na taxa de juros, que impacta a demanda por crédito ao banco. A perspectiva atual de crescimento e da expansão da carteira de crédito pode também influenciar os investidores.
“Devemos lançar em breve o Guidance do Banco da Amazônia pela primeira vez. Dessa forma, o mercado pode acompanhar as atividades, metas e expectativas para o ano corrente, o que pode ajudar na escolha dos investidores”, afirma.
Para 2024 e 2025, a expectativa do Banco da Amazônia é investir em novas avenidas de crédito e modalidades já tradicionais para outras financeiras, como seguridade e meios de pagamento. Segundo Lessa, a empresa tenta equilibrar o resultado com contribuição para sociedade. “Trabalhamos o desenvolvimento nesses dois vetores, tanto para as pessoas, que precisam desenvolver seu pequeno negócio, crescer, gerar renda e empregos, quanto às empresas, que podem desenvolver a região”, conta.
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