Economia
Ano do ar-condicionado: Venda de eletroeletrônicos bate recorde no 1º semestre
O volume vendido no período foi o maior para o semestre desde 2012, com destaque para os crescimentos de 88% nas vendas de aparelhos de ar-condicionado e de 40% na chamada “Linha Portátil”.
A comercialização de eletroeletrônicos no Brasil na primeira metade do ano atingiu o maior nível da série histórica, subindo 34% sobre o mesmo período de 2023, impulsionada por aumento da renda e crédito e redução de juros, além das altas temperaturas que atingiram o país, afirmou a associação nacional dos fabricantes, Eletros, nesta segunda-feira, 15.
O setor vendeu 51,5 milhões de aparelhos de janeiro ao final de junho, como o presidente da entidade, Jorge Nascimento, afirmando em comunicado à imprensa que “os números mostram uma retomada importante no consumo e trazem um alívio moderado para as empresas do nosso setor, que passaram por um longo período intercalando resultados negativos e estagnação nas vendas”.
O volume vendido no período foi o maior para o semestre desde 2012, com destaque para os crescimentos de 88% nas vendas de aparelhos de ar-condicionado e de 40% na chamada “Linha Portátil”. Este segmento é formado por dispositivos como airfryers, secadores de cabelo e ventiladores, categoria que foi impulsionada pelas altas temperaturas do início do ano no país, junto com a de ar-condicionado.
A Eletros é formada por 33 empresas que representam 3% do PIB da indústria brasileira, com mais de 200 mil postos de trabalho, segundo a entidade. O setor possui 51 fábricas em 11 Estados do país.
Linhas marrom e branca
A tradicional “Linha Marrom”, de aparelhos de televisão e áudio, teve crescimento de 20%, a 6,3 milhões de unidades, vendidas no primeiro semestre sobre um ano antes, segundo a Eletros. Já a “Linha Branca”, de lavadoras de roupa e refrigeradores, apurou vendas na primeira metade do ano de 7,3 milhões de aparelhos, alta de 16% sobre o primeiro semestre de 2023.
A entidade, porém, afirmou que vê o segundo semestre com um misto entre “otimismo e cautela”, em parte pelos efeitos das mudanças climáticas que incluem os impactos da devastação no Rio Grande do Sul causada por enchentes históricas entre fim de abril e junho e expectativa de seca na região Norte, que “pode ser ainda mais severa do que a registrada em 2023”.
“As limitações na navegação não afetam apenas as indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus, mas podem gerar mais uma grave crise humanitária”, disse Nascimento. As indústrias de eletroeletrônicos localizadas no polo de Manaus têm sua logística de insumos e escoamento de produção baseada em via fluvial.
Além disso, a Eletros afirmou que o fenômeno La Niña, que tende a reduzir as temperaturas no país, pode afetar as vendas de aparelhos de refrigeração e climatização.
No início do mês, especialistas que participaram de evento da Organização Meteorológica Mundial disseram que o La Niña poderá causar uma repetição de secas históricas na América do Sul, semelhantes às registradas entre 2020 e 2023.
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