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Uma a cada cinco crianças da região Norte morre antes de completar cinco anos de vida, revela IBGE

De acordo com a gerente de Relações Internacionais do IBGE, Denise Konemberger, os dados devem ajudar o Brasil a criar políticas públicas focadas nos temas do G20 e na Agenda 2030.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelou nesta terça-feira (09/04), durante o lançamento da publicação Criando Sinergias entre a Agenda 2030 e o G20 – Caderno Desigualdades, que a região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade de crianças durante os primeiros cinco anos de vida: 19%. Isso significa que uma a cada cinco crianças nascidas vivas morrem antes de completarem essa idade. Em 2000, esse patamar já foi de quase 40%. Naquele ano, o Nordeste tinha os piores indíces, de 41%.

Em 2000, o Nordeste tinha a maior taxa de mortalidade (41,2); em 2022, o posto foi ocupado pela região Norte (19,7).

Em 2022, 95,9% das pessoas de cinco anos de idade frequentavam escola no Brasil. A região Norte apresentou o menor percentual (89,9%), enquanto a região Sudeste o maior (97,0%).

A taxa de informalidade das pessoas com deficiência é maior nas regiões Norte e Nordeste, onde mais da metade das pessoas de 15 anos ou mais de idade ocupadas se encontram nessa situação (69% e 64,9% respectivamente).

O indicador Proporção da população que se sente segura quando caminha sozinha na área onde vive se (16.1.4) mostra que uma minoria se sentia segura em 2021 (48,3%), com forte diferença por sexo (41,1% das mulheres se sentiam seguras, contra 55,1% dos homens), por cor ou raça (46,7% das pessoas pretas ou pardas contra 50,5% das pessoas brancas) e Grandes Regiões, com a menor proporção de pessoas se sentindo seguras na região Norte (39,6%).

A proporção da população abaixo da linha nacional de pobreza, segundo a situação do domicílio, é maior na área rural, 38,7% ante 15,3% da área urbana. Já o Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário mostra que, apesar da redução, a pobreza é concentrada nas regiões Norte (5,2%) e Nordeste (4,3%).

Em 2022, 95,9% das pessoas de cinco anos de idade frequentavam escola no Brasil. A região Norte apresentou o menor percentual (89,9%), enquanto a região Sudeste o maior (97,0%).

O Brasil todo viu uma redução importante na taxa de mortalidade em menores de 5 anos, passando de cerca de 30% para 15%, entre 2000 e 2022. No entanto, mesmo com a queda, nenhuma região atinge taxas menores do que 10%.

A publicação traz um primeiro conjunto de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, que mostram desigualdades de renda, gênero, cor ou raça, grupos de idade, pessoas com deficiência e desigualdades regionais no Brasil, e indicadores selecionados dos ODS para os países do G20 — principal fórum de cooperação econômica internacional formada pelo Brasil e outras 19 nações.

A Agenda 2030 da ONU é um plano global para atingir em 2030 um mundo melhor para todos os povos e nações. A Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York, em setembro de 2015, com a participação de 193 estados membros, estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados à saúde, educação, desenvolvimento econômico e redução das desigualdades.

Mortes por falta de saneamento

A publicação do IBGE também revela que o país viveu uma redução de 38,9% da taxa de mortalidade por doenças atribuídas a fontes de água inseguras, saneamento inseguro e falta de higiene. Passou de 7,2 mortes a cada 100 mil habitantes para 4,4.

Nesse quesito, o Nordeste tem as piores taxas desde 2000. No entanto, reduziu de 9,8 mortes para cada 100 mil habitantes para 5,5.

Por outro lado, o relatório aponta um aumento de suicídios no país. O crescimento foi de a 79,9% entre 2000 e 2021, saindo de 4,3 mortes por cada cem mil habitantes para 7,8. Entre 2020 e 2021, também se observa crescimento de 11,2%.

De acordo com a gerente de Relações Internacionais do IBGE, Denise Konemberger, os dados devem ajudar o Brasil a criar políticas públicas focadas nos temas do G20 e na Agenda 2030.

— O Brasil vai sediar o G20 em novembro e o IBGE tem acesso a muitas informações úteis que podem ajudar o nosso país a criar políticas mais efetivas de desenvolvimento econômico e social junto aos outros 19 países membros. Analisamos nossos dados nacionais e também cruzamos com os dados locais das outros países para produzir esses monitores que devem guiar a Agenda 2030 — explica.


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