Brasil
Uma a cada 3 crianças atendidas na atenção básica tem vacina atrasada, diz site
O percentual em 2022 de crianças com atraso nas vacinas é o maior dos últimos cinco anos.
Dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde, informam que entre janeiro e novembro do ano passado, 33,1% de bebês e crianças (até 11 anos) atendidos em consultas na atenção básica pelo país estavam sem a vacinação em dia. Os dados foram obtidos e divulgados pelo colunista do UOL, Carlos Madeiro.
De acordo com a reportagem, o percentual em 2022 de crianças com atraso nas vacinas é o maior dos últimos cinco anos, período em que o país viu as taxas de cobertura vacinal do calendário nacional despencarem.
2018 – 29,6%
2019 – 30,2%
2020 – 30,8%
2021 – 25,8%
2022* – 33,1%
* Dados até novembro.
A coluna apresentou os dados à SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), que afirma que a hesitação vacinal tem muitos fatores, que vão desde a dificuldade de acesso até a falta de informações dos pais das crianças. “Por mais que a gente fale do risco altíssimo de uma doença como paralisia infantil retornar, os pais de hoje não viram essas doenças; então é pouco provável que consigam enxergar esses riscos. E o Ministério da Saúde não faz uma comunicação adequada há muito tempo. Não adianta marcar campanha, avisar na véspera e não comunicar o porquê dela.”, informou Isabela Ballalai, vice-presidente da SBIm.
De referência à queda
O Brasil possui, desde 1973, o PNI (Programa Nacional de Imunizações). O modelo do país se tornou uma referência internacional em vacinação. O SUS aplica hoje de forma gratuita mais de 30 imunizantes para proteger contra diversas doenças:
17 vacinas para crianças
7 para adolescentes
5 para adultos e idosos
3 para gestantes.
Mas os bons índices de cobertura vacinal vêm caindo desde 2016, e o país amarga quedas consecutivas.
Os dados de cobertura vacinal em 2022 ainda não foram fechados. O tema vacinação está entre as 10 emergências que foram traçadas pela transição do governo e foi citado no discurso de posse da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Para 2023, o governo deve ter dificuldade para ampliar a cobertura vacinal, porque o governo Bolsonaro não fez um planejamento para a reserva de compra de imunizantes para ampliar o estoque. Ou seja, o número de doses para este ano é suficiente apenas para manter os atuais patamares, que não chegam a 75% em nenhum dos principais imunizantes. Para uma cobertura vacinal eficiente, é preciso manter a taxa acima de 90%.
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