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Brasil

Sem fiscais, desmatamento dobra no começo de julho na Amazônia, mostram dados do Inpe

Apesar da disparada nos primeiros dias de julho, no ano o resultado ainda é de uma retração na perda de vegetação de 32,8%.

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A área com alertas de desmatamento na Amazônia mais que dobrou no período de primeiro de julho a 12 de julho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do sistema Deter, produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No período citado de 2023 as áreas com alertas de desmatamento foi equivalente a 101,5 quilômetros quadrados (km²). No intervalo deste ano, o número saltou para 204,29 km². Os números de alertas, no mesmo período, passaram de 601 para 1.160.

Apesar da disparada nos primeiros dias de julho, no ano o resultado ainda é de uma retração na perda de vegetação de 32,8%. A área com alerta de desmatamento em 2023 de 1º de janeiro a 12 de julho foi de 2.750 km². Neste ano, o somatório resulta em 1.847 km².

Os dados do Deter não informam a área real desmatada. Ela é medida por outra ferramenta do Inpe, o Prodes e é calculada de agosto de um ano a julho do outro. O Deter tem como principal finalidade dizer onde há indícios de desmatamento para que a fiscalização possa atuar antes que o crime ambiental seja concretizado.

Acontece que no momento, os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão em greve. Eles reivindicam melhores salários e reforma na carreira.

Sem sucesso nas negociações, o governo federal entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para dar fim à greve dos servidores públicos. O pedido foi protocolado no último dia 2.

Os servidores afirmam, em um comunicado distribuído à imprensa, que em 2023 a atuação deles contribuiu para reduzir em 49,8% o desmatamento na comparação com 2022. As declarações estão em uma carta assinada pela Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema).

Futuro

Cientistas e ambientalistas estão preocupados com o que pode acontecer com a Amazônia nos próximos meses. O bioma teve chuva abaixo da média e são esperadas temperaturas elevadas. É aguardada uma seca severa, o que pode impactar a vida de ribeirinhos, produções agrícolas e degradação do bioma, inclusive, com possíveis queimadas.

No momento, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) trabalha na resposta à crise no Pantanal. O bioma teve aumento de 1.541% nas queimadas de 1º de janeiro até 19 de julho deste ano na comparação com o mesmo período de 2023. No ano passado, no período, foram 243 focos de calor identificados pelo Inpe e agora, em 2024, já são 3.989. Nos últimos dias, o fogo cedeu, mas há preocupação com a chegada de uma onda de calor.


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